Governador anuncia reforço na fiscalização de transportes em rios do Amazonas

10/05/2008 - 19h29

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O governador do Amazonas, Eduardo Braga, informou que,ainda neste semestre, 200 fuzileiros navais vão se integrar aoefetivo das equipes de fiscalização de transportes nos rios do estado. Em visita ao município de Manaquiri, no interior do estado, Braga cobrou mais atençãodo Ministério dos Transportes para as hidrovias da Amazônia. Segundo Braga, é preciso aumentar a fiscalização dos barcos na região para impedir que se repitam acidentes como o que ocorreu no último dia 5 emManacapuru. Ao participar, ontem (9), da inauguração daagroindústria de óleos de Manaquiri, o governador lamentou mais uma vezo acidente ocorrido com o barco Comandante Salles 2008."O Ministério dos Transportes precisa olhar para nossas hidrovias, enós precisamos balizá-las e sinalizá-las, porque, do contrário, o risco deacidentes é maior", disse Braga, ressaltando que o trânsito nos rios da região vem aumentando.Braga disse que a preocupação com o transporte de passageiros nosrios amazônicos já é compartilhada com o governo federal e citou o Programa Amazônia Sustentável, lançado quinta-feira (8), que prevê a implantação de umagrande política de balizamento e sinalização das hidrovias da região.Para ele, embora a situação do Amazonas seja diferente da de outros estados da região, oassunto terá prioridade: "O transporte hidroviário no Amazonas édiferente do de outros estados. O Pará e o Acre, por exemplo, têm malhashidroviárias muito maiores do que a nossa. Contudo o assunto éprioridade no Amazonas."De acordo com a Marinha, todos os meses, cerca de 2,8 milhões depessoas usam algum meio de transporte aquático para viagensintermunicipais e travessias entre comunidades. "O númeroé alto, porque na Amazônia os rios são as estradas dos que desejam sedeslocar para outros lugares", disse o comandante da Capitania dos Portosda Amazônia Ocidental, Dennis Teixeira. Segundo ele, épreciso haver mais fiscalização, mas o contingente daMarinha não é suficiente para atender  toda  a demanda. "Seriapreciso mais gente para garantir maior cobertura dos rios da regiãoamazônica. A Marinha tem uma área enorme para atender, e não háCapitania [dos Portos] em todos os municípios. Infelizmente, a Marinha é pequenapara o tamanho do nosso país", afirmou o comandante. Para ele, o problema da insuficiência nas fiscalizações éacentuado na Amazônia em virtude de uma cultura local de desrespeito àsexigências da Marinha."Num processo normal, quem quer explorar a atividade de transportefluvial precisa apresentar para a Capitania dos Portos um projeto queserá analisado mediante o que se quer. A partir daí, o proprietário jáé orientado sobre os devidos equipamentos de segurança, tripulaçãoetc. O problema é que na Amazônia, muitas vezes, o indivíduo constrói obarco, coloca-o no rio e, geralmente, só depois de ser descoberto pelaMarinha numa situação irregular ou até de acidente, é que procura fazera regularização."O comandante destacou, entretanto, a existência do Programade Segurança da Navegação da Amazônia Ocidental, que desde 2003 orienta os armadores e a população sobre todas as circunstâncias de tráfego no meio hidroviário, o que pode contribuir para reverter o elevado número de acidentes. "Durante todo o ano, nossos homensrealizam cursos de pequena e média duração sobre segurança nasembarcações e até mesmo como preparação para quem deseja ser condutorou tripulante dos barcos."