Justiça Federal aceita denúncia contra oito presos na Operação Pirita

07/04/2008 - 17h05

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A JustiçaFederal aceitou a denúncia feita pelo MinistérioPúblico Federal (MPF) paulista e vai interrogar oito pessoasque foram presas pela Polícia Federal na OperaçãoPirita. A denúncia foi aceita pelo juiz substituto MárcioFerro Catapani, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, especializada em lavagem de dinheiro.Segundo nota da JustiçaFederal, as quatro brasileiras presas na Operação –Regina Célia Santarelli, Márcia Tito Ribeiro, CíntiaBrandolini e Bárbara Cardoso de Mendonça Gomes – vãoser interrogadas no próximo dia 22, às 15 horas. Osquatro estrangeiros – o líder da organização,Doron Mukamal, Aron John Anthony Patrick Trainor,Alan Craig Chard e James Michael Nccann - serão interrogadosno dia 24, também às 15 horas. O processo corre sobsigilo e os depoimentos serão a portas fechadas.O MinistérioPúblico Federal em São Paulo encaminhou a denúnciaà Justiça no último dia 3. O israelense DoronMukamel foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formaçãode quadrilha e fraude contra investidores e brasileirasBárbara Cardoso de Mendonça Gomes, Márcia TitoRibeiro e Regina Célia Santarelli, porparticipação na lavagem de dinheiro da quadrilha,intermediando a compra de imóveis e de outros bens. Tambémforam denunciados Cíntia Brandolini, os ingleses Aron JohnAnthony Patrick Trainor e James Michael McCann e o neozelandêsAlan Craig Chard por formação de quadrilha e fraudecontra investidoresA OperaçãoPirita teve como finalidade desmontar um esquema formado porestelionatários que, com base montada em São Paulo,lesaram investidores (físicos e jurídicos) no mercadode ações de diversos países, principalmenteInglaterra, Espanha, Austrália e Estados Unidos. A pirita, que deu nome à operação, é um mineral com corsemelhante à do ouro e, por isso, conhecido como “ouro detolo”.A organizaçãocriminosa entrava em contato com investidores estrangeiros e osconvencia a vender ações de baixo valor a bons preços,com a condição de pagar antecipadamente taxas decorretagem e impostos. Quando as taxas eram pagas, a organizaçãodesaparecia. O dinheiro era então depositado em bancosestrangeiros, voltava ao Brasil por meio de doleiros e um grupoestabelecido no país fazia a lavagem por meio da compra deimóveis.