Vale acusa MST de invadir e depredar fazenda no Maranhão

08/03/2008 - 19h34

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A empresa Vale divulgou hoje (8) nota à imprensa em que acusa oMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de invadir edepredar nesta manhã uma unidade da Ferro Gusa Carajás(FGC) em Açailândia, interior do Maranhão. A Vale classifica aação do MST como “de extrema violência” e dizque os “invasores” danificaram prédios e equipamentos dafazenda Monte Líbano, dedicada à produçãode carvão vegetal.“Um empregado da FGCfoi cercado pelos invasores, ameaçado com foices e porretes, eobrigado a entregar uma máquina fotográfica coma qual registrava o ataque. O trânsito na rodovia Belém-Brasília foi interrompido pelos invasores com barreira depneus e troncos de árvores, que foram incendiados”, informa anota. A coordenadora do MSTno Maranhão, Simone Silva, afirmou que o protesto na fazenda Monte Líbano fez parte de uma jornada nacionalde luta das mulheres camponesas, mas negou à AgênciaBrasil que tenha havido depredação ou ameaças afuncionários.Segundo o presidente daFGC, Pedro Gutemberg, ouvido pela Agência Brasil, osmilitantes do MST “arrombaram a porteira, quebraram vidraçasdo escritório, fizeram pichações e danificarammateriais de campo”. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Açailândia e a empresa promete pedir a abertura de processo criminal contra oslíderes da mobilização. Simone Silva informou quecerca de 1.000 mulheres ocuparam a fazenda em protesto contra osproblemas ocasionados pela fumaça da carvoaria em umassentamento vizinho, onde residem 200 famílias. “Por causa da fumaça,temos crianças com problemas pulmonares e de visão;idosos com problemas respiratórios e está aumentando onúmero de ataques cardíacos no assentamento”, disse acoordenadora do MST. “À noite a fumaça tambémcobre a pista da Belém-Brasília e traz risco deacidentes”, acrescentou. Segundo o presidente daFGC, o incômodo causado pela fumaça gerada na carvoariaé “esporádico e de baixa intensidade”. Elegarantiu ter sido feita a instalação de um equipamentoque praticamente elimina a fumaça: “Usaram uma questãopontual como pretexto para outra agressão à Vale”. Acarvoaria da fazenda Monte Líbano produz 45 mil toneladas porano de carvão. 150 pessoas trabalham na operaçãode 71 fornos. O MST querprovidências do governo estadual no sentido de impedir ofuncionamento da carvoaria no local e também alega ter feitoa ocupação da fazenda para protestar contra o milhotransgênico.