Marcha das Mulheres pede adesão de São Paulo a pacto contra violência

08/03/2008 - 19h00

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Manifestantes queparticiparam hoje (8) da Marcha Mundial das Mulheres, realizada nocentro de São Paulo, reivindicaram a adesão do estadoao Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra aMulher, lançado em agosto do ano passado pelo governo federal.A Marcha Mundial da Mulher reuniu cerca de 800 pessoas, segundo aPolícia Militar de São Paulo. Os organizadoresestimaram 5.000 participantes.Em discursos e cartazes, representantes domovimento feminista, de sindicatos e partidos políticoscriticaram o governador José Serra, que, segundo eles, se negaa incluir São Paulo no programa.“Serra se recusa a trazer para cá [SãoPaulo] as políticas propostas pelo governo federal”,afirmou Nalu Faria, uma das coordenadoras da marcha. “A negativamais gritante é a do pacto contra a violência”.Segundo a Secretaria Especial de Políticaspara as Mulheres (SPM), órgão vinculado àPresidência da República, no pacto, o governo federalcompromete-se a investir R$ 1 bilhão no combate àviolência contra a mulher até 2010. O dinheiro seráaplicado em estados que também se comprometerem a realizarprojetos com o mesmo objetivo.Três estados já aderiram ao programa:Rio de Janeiro, Pará e Espírito Santo. A Bahia deveaderir ainda neste mês.“O Serra nem sequer recebeu a ministra [NilcéaFreire], que tentou falar com ele para tratar do pacto”, contouNalu. "Por causa disso, resolvemos incluir a assinatura docompromisso na pauta de reivindicações da marcha".Sônia Santos, uma das organizadoras doprotesto, disse que São Paulo é um dos estados onde aviolência contra mulher é mais presente. Segundo ela,apesar do grande número de delegais e centros de atendimento àmulher paulistas, nem sempre eles estão preparados assistir asvítimas de agressões. “Os CICs [Centros de Integraçãoda Cidadania] são uma boa idéia, mas estãoàs moscas. Têm equipamentos, mas não têmprofissionais”.A assessoria de imprensa do governo paulista nãocomentou o pacto de enfrentamento à violência, masafirmou que existem 129 delegacias da mulher e dez CICs no estado,todas funcionando normalmente, além de 11 unidades prisionaisfemininas funcionando e três em construção.Segundo a assessoria, os CICs realizaram 1 milhãode atendimentos durante o ano passado e oferecem serviços deassistência social e jurídica gratuitamente a todos oscidadãos em situação de vulnerabilidade. Para oórgão, as críticas da Marcha Mundial dasMulheres sobre a assistência prestada pelos centros àsvítimas de agressões são desinformadas.Segundo o governo paulista, cada centro desses tem funcionários da Secretaria da Justiça e da Defesada Cidadania, além de funcionários de parceiros, entreeles companhia estadual de habitação, DefensoriaPública, Polícia Militar e Procon.