Especialistas recomendam cautela em aplicações no mercado financeiro

22/01/2008 - 23h02

Antonio Trindade
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - Mesmo com os resultados das bolsas de valores de São Paulo e da União Européia, hoje (22), o momento ainda é de cautela para quem tem aplicações no mercado financeiro. Segundo o professor de finanças públicas da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli, os investidores devem esperar o comportamento do mercado nos próximos dias, antes de tomar alguma decisão."Nesse momento de turbulência, a atitude mais sensata é manter-se na expectativa e não agir por emoção", recomenda.O professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), José Eroni Fernandes, disse acreditar que ser conservador é o mais indicado diante das incertezas na economia mundial. Para ele, tudo depende do tempo em que a pessoa pretende deixar seu dinheiro aplicado. "Quem quer comprar um apartamento até junho não deve investir em bolsa", exemplificou. Para aqueles que pretendem investir no longo prazo, segundo Fernandes, este pode ser um momento bom para comprar ações, já o preço está relativamente baixo. "No longo prazo, a bolsa sempre deu bons resultados", lembrou. Quanto ao comportamento das bolsas nos próximos dias, os dois especialistas concordam que não dá para fazer qualquer previsão no momento. Para o professor da FGV, tudo vai depender da resposta do mercado às medidas anunciadas pelo governo norte-americano. No entanto, independentemente dos rumos da economia internacional, o professor Roberto Piscitelli disse estar confiante nas condições do Brasil para enfrentar uma possível turbulência.Segundo ele, a dependência do mercado norte-americano diminuiu nos últimos anos. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que as exportações para os Estados Unidos em 2007 somaram mais de US$ 25 bilhões – cerca de 15% do volume exportado no ano passado (US$ 160,6 bilhões). Em 2001, as vendas para o mercado norte-americano renderam cerca de US$ 14 bilhões, o equivalente a um quarto de tudo o que foi exportado naquele ano.