Entidades defendem mais investimentos e novos usos para o porto do Rio de Janeiro

21/01/2008 - 23h20

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O porto do Rio de Janeiro tem condições de se expandir e ser utilizado para outras atividades, conciliando atividades culturais, turismo e comércio exterior. Essa é a avaliação de entidades do setor ouvidas pela Agência Brasil.Para o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, mesmo estando encravado no centro da cidade, o porto do Rio de Janeiro tem condições de ser ampliado e é competitivo. “Existe espaço. A questão agora é examinar e implementar os projetos existentes”, afirma. “O porto do Rio tem terminais excelentes, que foram privatizados e melhorados com a concorrência.”Segundo Manteli, a comunidade empresarial do Rio de Janeiro entregou dois projetos ao ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial dos Portos. Os projetos prevêem a melhoria dos acessos ao porto e o aumento do calado (profundidade) para receber navios de grande porte. “O ministro [Pedro Brito] está cobrando a apresentação dos planos técnico, de viabilidade econômica e as licenças ambientais para buscar os recursos federais”, explica Manteli.Presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (FNTTAA), Ricardo Leite Goulart Ponzi acredita que o porto do Rio de Janeiro tem potencial para ser mais utilizado: “O porto do Rio de Janeiro, como os demais portos e hidrovias do Brasil, são subutilizados”.Ponzi também afirma que o porto tem todas as condições necessárias para crescer. “A cabotagem [navegação doméstica pelo litoral] e o comércio exterior estão crescendo”, avalia.De acordo com o presidente da federação, a revitalização do porto não depende apenas de investimentos em infra-estrutura, mas da ampliação do uso para fins turísticos e culturais. “Uma coisa não elimina a outra. Muitos portos no mundo são utilizados tanto para o comércio quanto para atividades de lazer”, argumenta.Ele cita o porto de Nova Iorque, que somou à função principal de lugar de carga e descarga outros serviços à população. Ponzi sugeriu também que sejam feitos investimentos em relação à circulação de barcas pela Baía de Guanabara. “Entendemos que o transporte aquaviário pode crescer significativamente no Rio de Janeiro sem investimentos muito grandes. É preciso uma estrutura em toda a Baía da Guanabara de terminais para atender a um possível crescimento nessa área”, aponta.