Bolsa de São Paulo oscila, mas fecha em alta após anúncio de pacote norte-americano

18/01/2008 - 20h26

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após oscilar com o anúncio do pacote fiscal nos Estados Unidos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou hoje (18) em alta de 0,82%, aos 57.506 pontos e com volume negociado de R$ 5,805 bilhões. Segundo analistas financeiros, ainda não é possível avaliar a eficácia do corte de impostos proposto pelo presidente George W. Bush para evitar a recessão na economia norte-americana. Para eles, o índice só terminou a semana em alta porque as ações ficaram baratas e atraíram compradores.Na máxima do dia, a Bovespa avançou 2,2%. A bolsa começou a ficar negativa às 14h43, atingindo queda de 1,39% às 14h57, pouco antes do anúncio do pacote fiscal pelo governo americano. Depois, voltou a oscilar até voltar a ficar positiva às 16h25. Apesar da alta de hoje, a Bovespa fechou a semana com perda acumulada de cerca de 7%.Para a presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais da Região Sul (Apimec Sul), Débora de Souza Morsch, a alta registrada hoje representou uma “reação técnica” à queda dos últimos dias. Algumas ações, como as da Petrobras, chegaram a cair 20% em janeiro, o que atraiu o interesse de investidores.“Apesar de, neste primeiro momento, não ter ficado claro se o pacote será suficiente para impedir a recessão na economia norte-americana, os preços [das ações] chamaram a atenção dos investidores, que entraram comprando”, explica.No entanto, segundo Débora Morsch, não dá para saber ainda a alta na bolsa representa inversão da tendência de queda. “Se a pressão vendedora dos investidores estrangeiros parar, ele [o mercado brasileiro de ações] começa a ter condições de reagir”, ressalta.Assessor de Assuntos Institucionais da Apimec nacional, Thomás Tosta de Sá acredita que a bolsa passa apenas por um período de ajuste. Ele aconselha aos investidores não ficarem assustados com as oscilações. “Quem investe em bolsa tem de olhar para o longo prazo e não ficar assustado com os movimentos de curto prazo”, argumenta.De acordo com o analista, a Bovespa atravessa um ciclo de alta que começou em 2002 vai até 2014. “É um mercado de alta, que sofre ajustes como em qualquer ciclo”, diz.Para Thomás, se a crise norte-americana tivesse se concentrado somente no mercado imobiliário, a turbulência financeira não teria chegado ao Brasil. “O problema é que a crise contaminou o mercado financeiro, que tem uma capacidade de reação muito grande”, destaca.