Brasil tem condições de reduzir efeitos da crise americana, diz economista

17/01/2008 - 0h05

Deborah Souza
Da Agência Brasil
Brasília - A melhor garantia que o Brasil pode ter de que estará protegido dos efeitos da crise dos Estados Unidos sobre a economia nacional é manter a política econômica do jeito que está. A opinião é do economista da Área de Análises Macroeconômica e de Indicadores da Diretoria de Macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Nonennberg.Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, Nonennberg disse que o Brasil tem dois elementos importantes para amenizar os efeitos da crise internacional. “De um lado, o nível alto de reservas internacionais e do outro o regime de câmbio flutuante”.Segundo ele, quando as exportações começarem a cair, o câmbio irá se desvalorizar “automaticamente”, o que contribuirá para compensar a queda das exportações, aumentando em alguns meses novamente e reduzindo as importações.Nonennberg lembrou que o preço das commodities (geralmente produtos agrícolas) vem sendo o fator básico para o crescimento das exportações brasileiras, nos últimos anos. De acordo com ele, nos últimos três anos, as exportações brasileiras, em quantidade, tem permanecido constante, o que aumenta são os preços. Nos últimos dias, em função da crise americana, os preços do commodities começaram a cair. “Uma crise nos mercados internacionais contribui para a queda dos preços do commodities e isso afeta o Brasil imediatamente.”Na visão de Nonennberg, os sinais que a economia dos Estados Unidos vai entrar em recessão são cada vez mais fortes. “A hipótese de que a economia mundial hoje está menos dependente da economia norte americana, não é verdade. A economia mundial continua dependendo fortemente do ritmo da situação dos americanos”.