Dessalinização da água pode ajudar a combater mortalidade infantil no Semi-Árido

29/12/2007 - 17h01

Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A substituição do material importado para dessalinização da água, a partir de pesquisa coordenada pelo professor Kepler França na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, segundo informações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financia o projeto, está a redução dos custos de produção. Por intermédio do CNPq, o professor afirma que a conseqüência mais positiva é o que a dessalinizaçãoda água salobra, transformada em água doce oupotável, pode trazer para a saúde, em especialpara o combate à mortalidade infantil na regiãodo Semi-Árido nordestino.O município paraibano de Serra Branca, onde está centralizada a pesquisa, tem um Índicede Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,662 e ocupa a 3.567ªposição no Brasil. Lá é alto o índicede mortalidade infantil: de cada mil criançasnascidas no município, 44 morrem antes de completar umano de idade. "Com esse projeto alcançamos impactossignificativos na área de saúde e para a melhoria daqualidade de vida, com o consumo de água de boa qualidade,conseqüentemente contribuindo para a redução damortalidade infantil e o combate ao baixo nível de desenvolvimento humano, social e econômico", disse oprofessor Kleper França.Os dados e necessidades relativosà cidade de Serra Branca, segundo o coordenador dapesquisa, "são também um reflexo do que ocorreem diversos municípios do Semi-Árido brasileiro,revelando a necessidade urgente de melhoria de qualidade de vidada população dessas regiões".Ainda segundo os dados do professor Kleper França,repassados pelo CNPq, na década de 1990, com osavanços tecnológicos e os programas oficiais de apoioa municípios afetados pela seca, montadoras nacionaisviabilizaram melhorias para as unidades de dessalinização,aproveitando a água salobra de poços jáperfurados e transformando as unidades para capacidades de portemédio, de 2 mil a 5 mil litros por hora, mas usandotecnologia importada.O projeto em desenvolvimento pela equipe doprofessor Kleper França no Laboratório de Referência em Dessalinização (Labdes) da UFCG, em parceria com a Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), busca substituir a tecnologiaimportada por uma congênere nacional, bem mais barata e maisadaptada à realidade regional onde está sendo aplicada.