Lupi diz que não abre mão de presidência do PDT nem do Ministério do Trabalho

04/12/2007 - 0h47

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse hoje (4) que não irá abrir mão da presidência do seu partido, o PDT, em nome do ministério. "Sou presidente eleito de um partido. A única forma de eu sair da presidência do PDT é o PDT se reunir e me destituir. Não respondo a mais ninguém que queira me questionar sobre isso", afirmou.Na semana passada, a Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República, deu prazo de dez dias para que Lupi deixe a presidência do Partido Democrático Trabalhista (PDT). A comissão considera incompatível o acúmulo da função de ministro de Estado com a de presidente nacional de um partido político.Além de dizer que não deixará a presidência do partido, Lupi afirmou que só deixará o ministério se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinar. "O presidente é meu chefe e, quando se sentir insatisfeito com qualquer ministro, pode demiti-lo. Sou presidente eleito do PDT e disso não abro mão. Ministério é cargo de confiança do presidente Lula", afirmou.Lupi insinuou que a decisão da Comissão de Ética seria "pessoal"."Estão querendo me cassar? É um novo modelo de cassação? Cassar com o exercício pleno do meu mandato de presidente eleito de um partido, um partido constituído, registrado e que está guardado pela Constituição. Ninguém pode cassar ninguém, a não ser por um flagrante delito. Que delito eu cometi? Qual foi o erro? Qual a quebra de ética?", questionou. "Acho que aí tem uma conotação contra a minha pessoa e contra o PDT e não sei por que motivo," acrescentou.Lupi se encontrou hoje com o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), para "agradecer a aprovação do projeto que regulamenta as centrais sindicais". O projeto, aprovado no Senado e que agora volta à Câmara, mantém a contribuição sindical obrigatória até que seja enviada ao Congresso proposta de criação da contribuição sindical negociada. Lupi disse que em 90 dias o projeto será enviado com urgência urgentíssima aos parlamentares.O ministro explicou que a contribuição negociada terá limite de 1% do valor do salário anual. "Mas poderá ser menos. Vai depender dos acordos que serão votados em assembléia". Na prática, os trabalhadores que forem beneficiados por acordos sindicais deverão pagar a contribuição."Acho justo que quem se beneficia possa ter de pagar por aquele benefício que tem. O que não pode é a pessoa ser beneficiada do acordo e não querer que seu benefício tenha uma contribuição para o funcionamento da entidade sindical", disse.