Para BNDES, critérios impedem que plantio de cana para etanol ocupe áreas de produção de alimentos

03/12/2007 - 21h15

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O respeito ao meio ambiente é uma das prioridades do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na produção de etanol. A afirmação é do vice-presidente da instituição, Armando Mariante, que é também diretor das Áreas de Comércio Exterior e Industrial do banco.Segundo Mariante, o BNDES está atento para impedir que o plantio da cana-de-açúcar para o etanol ocupe áreas destinadas à produção de alimentos. “O BNDES jamais vai patrocinar o deslocamento pelo etanol de áreas usadas para o cultivo de alimentos. Isso não é razoável e é uma preocupação nossa”, destacou.Para aprovar um projeto de investimento, o vice-presidente do BNDES destacou que o banco exige a aprovação pelos órgãos ambientais. “Sem isso, não sai um tostão”, afirmou.“Todo projeto que entra no banco tem de responder a um questionário de pontos relacionados ao meio ambiente”, destacou o diretor do Departamento de Biocombustíveis do banco, Carlos Eduardo Siqueira Cavalcanti. “Todo enquadramento de operação recebe um rating [avaliação] ambiental, além do rating da empresa.”De acordo com Cavalcanti, essa avaliação ambiental será levada em conta para avaliar o comprometimento da empresa. “Se ela estiver pouco aderente a boas práticas ambientais, terá de apresentar uma contrapartida maior ao longo do projeto”, disse.Essa contrapartida, afirmou Cavalcanti, está ligada à implementação de medidas compensatórias pelas empresas. Entre essas medidas, está a plantação de vegetação em áreas de matas ciliares (às margens dos cursos d’água) para garantir a vida dos rios.