Para sindicato, fabricação de conversor de TV digital vai contribuir com a geração de empregos

28/11/2007 - 22h23

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A fabricação,por empresas brasileiras, dos conversores para TV digital poderácontribuir para a consolidação de uma nova produçãoindustrial no país e para a abertura de postos de trabalho. Aafirmação é do presidente do Sindicato daIndústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos eSimilares do Amazonas (Sinaees), Wilson Périco.Para ele, a opçãopela produção brasileira e pelo aumento da demanda pormão de obra não são fatores analisados pelogoverno. Segundo Périco, no início deste mês, oministro ameaçou importar conversores caso os fabricantes nãoreduzissem seus preços. “Nos parece que oministro das Comunicações não estápreocupado com a geração de empregos no país eestá pensando apenas que importando esse produto poderáchegar ao mercado mais barato. Porém, ele estarágerando emprego fora do país. [...] Quem vai estar perdendo éa sociedade brasileira por conta da falta de geração deemprego e renda", declarou, afirmando que acredita napossibilidade de um melhor entendimento entre o governo e a classeempresarial.O superintendenteadjunto de Projetos da Superintendência da Zona Franca deManaus (Suframa), Oldemar Ianck, também concorda com oargumento de que a fabricação do produto, no Brasil,irá gerar mais empregos. “Como toda coisanova, os investidores vão um pouco mais devagar do que a genteimagina, mas certamente o set top box [conversor] é um produtoque vem agregar mais valor e volume à produçãodo Pólo Industrial de Manaus, gerando mais emprego, renda eagregando mais tecnologia ao pólo", avaliou. O conversor, ou settop box, é o aparelho necessário para receber osinal digital em televisões que funcionam no sistemaanalógico. As transmissões da TV digital começamno próximo dia 2 de dezembro, em São Paulo. O presidente do Sinaees credita o preço do aparelho, que está acima da expectativainicial do governo,  aos custos da produção."Num primeiromomento esse produto vai chegar ao mercado a um preçorelativamente alto porque além do custo da matéria-prima,temos o custo da transformação, do frete, tanto paraimportar a matéria-prima quanto para tirar o produto daqui dazona franca, e ainda a carga tributária que, apesar dosincentivos, não isentam as empresas de todos os tributos. Épor isso que nesse primeiro momento o produto sairá com preçofora do que era esperado, sobretudo pelo governo”, avaliou Périco.Para osuperintendente adjunto da Zona Franca de Manaus (Suframa), os preçostambém estão relacionados às funcionalidades doconversor. Ele defende a existência de uma especificaçãotécnica para garantir preços justos, aliando asvariáveis custo e benefício."Seriainteressante que houvesse uma especificação técnicado produto e, com base nisso, teríamos um pouco mais decondições de verificar esses preços. Éclaro que alguém que comprar esse modelo mais simples e baratopara melhorar o sinal, não terá outras vantagens, comoa interatividade e portabilidade, por exemplo. O preço basedesse produto [de receptores do sinal digital], ou seja, preçode fábrica, é em média R$ 121. Mas énesse espectro das funcionalidades oferecidas que está avariação do preço a ser cobrado do consumidor",afirmou Ianck.Desde o iníciodas discussões sobre a TV digital, o ministro HélioCosta defende a venda dos aparelhos a preços acessíveisà população. Em abril de 2007, o ministro previaque os conversores chegariam ao mercado com preços na casa dosR$ 100. A estimativa do Sinaees é que os preços dosconversores variem de R$ 500 a R$ 1,1 mil.