Brasil defenderá em Bali financiamento de políticas públicas para reduzir emissões de gases do efeito estufa

28/11/2007 - 21h13

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aparticipação brasileira na Conferência das Partesda Convenção do Clima (COP-13) a partir de segunda-feira (3), na Ilha de Bali, na Indonésia, será marcada pelo incentivoà criação de um mecanismo internacional definanciamento de políticas públicas para reduçãode emissões de gases de efeito estufa nos países emdesenvolvimento. O anúncio foi feito hoje (28) pelosubsecretário-geral do Ministério das RelaçõesExteriores, embaixador Everton Vieira Vargas, ao adiantar que a delegação brasileira – chefiada pelos ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; das Relações Exteriores, Celso Amorim; e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende – orientará a participaçãonas discussões a partir de algumas diretrizes, como o princípio das responsabilidadescomuns, porém diferenciadas para os países: as naçõesricas, que poluíram mais ao longo do tempo, devem tercompromissos maiores.

Outradiretriz é o reconhecimento do relatório do PainelIntergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, nasigla em inglês) como base científica para resoluçõesda Organização das Nações Unidas (ONU); a defesa da ONU como espaço legítimo de discussão mundial das mudanças doclima; e, principalmente, a posição contrária àimposição de metas de redução de emissõespara países em desenvolvimento.

De acordocom o embaixador, a expectativa brasileira é de que os mais de 180 países da Convençãofixem prazos para a negociação do segundo períodode cumprimento do Protocolo de Quioto. “Esperamos também ummapa para a criação de um órgãonegociador a fim de iniciar a discussão e a negociaçãode compromissos de adoção de políticas públicaspara países em desenvolvimento que levem à reduçãode emissões mediante apoio financeiro e transferência detecnologia”, detalhou.

Aidéia é que o apoio a essas políticas sejafinanciado por países desenvolvidos. O embaixador afirmou queas sugestões brasileiras “tiveram grande receptividade”entre algumas dessas nações: “Os países desenvolvidos estãodispostos a cooperar para que países em desenvolvimentocolaborem mais em relação ao aquecimento global.”

Como oBrasil negocia em bloco nas decisões da ONU, as sugestõesbrasileiras ainda precisam ser aprovadas pelo G-77, o grupo que reúne 133 países em desenvolvimento. “"Teremos de fazer umesforço para construir o consenso no G-77", avaliou Vargas.