Com saúde, funcionários trabalham melhor, avalia técnica em segurança do trabalho

25/11/2007 - 19h37

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aumento no número de registros de doençase acidentes do trabalho levou parte dos empregadores a investir empolíticas de prevenção. Em Brasília, porexemplo, uma empresa de telemarketing encerrou ontem (23) aSemana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho. "Com melhor saúde, certamente elespoderão trabalhar melhor", garantiu a técnica emsegurança do trabalho Ana Paula de Araújo, quecoordenou as atividades.Com palestras sobre ergonomia e combate àsdoenças ocupacionais, ela também promoveu sessõesde massagens e exames para medição de glicemia e depressão sangüínea entre os funcionários. Na empresa, segundo Araújo, háquatro anos, são dadas aulas de ginástica laboral comduração de dez a 15 minutos três vezes porsemana. Nos outros dias, os operadores de telemarketing podemmarcar sessões com um massagista, dentro da firma, e fazerexercícios individuais a qualquer hora, na própria mesade trabalho, com um bolinha fisioterápica. "Nem é preciso levantar e, assim, elesevitam a tendinite, dentro do programa de prevenção àlesão por esforço repetitivo", lembrou. A LER, sigla pela qual é conhecido esse tipo de lesão, responde por 49% – quase metade – dos casos de doenças ocupacionais, segundo o Ministério da Previdência Social. Estima-se que, incluídos os gastos indiretos, esses problemas  de saúde custem até R$ 40 bilhões por ano à Previdência.

Para a operadora de telemarketingRaimunda Paiva de Lima, a prática da ginástica laboralproduz resultados efetivos na saúde do trabalhador. Ela sequeixava de fortes dores nas costas, decorrentes de uma jornada deseis a oito horas diárias, sentada diante do computador.“Aginástica ajuda a gente a relaxar. As dores no corpo saemtodas. Podia ter todo dia”, disse. Mas lamentou que algunsfuncionários ainda prefiram forçar o ritmo de trabalho,por conta da produtividade: "Eu chamo muita gente para osexercícios, mas quase ninguém vai. E é essencialque o próprio trabalhador essa iniciativa".A técnica Ana Paula Araújo tambémlamentou que a maioria dos empregadores não leve a sérioa segurança do trabalho. "Eles acham que é tempoperdido. Na verdade, ainda estão engatinhando nessa áreae há muita coisa a ser mudada", afirmou. E anunciou queainda neste final de ano será implantado na empresa umprograma, em parceria com um grupo de fonoaudiólogos, paraprevenir problemas específicos de voz, já que ooperador de telemarketing passa grande parte do dia falandoao telefone.