Mantega apóia entrada da Venezuela no Mercosul por ser mercado importante para o Brasil

21/11/2007 - 0h59

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apóia a entrada daVenezuela no Mercosul, que está sendo definida neste momento na Comissão deConstituição e Justiça da Câmara. Segundo ele, o país vizinho é um mercadoimportante para os produtos brasileiros, já que o superávit (saldo positivo) comercial com osvenezuelanos ultrapassa a US$ 3 bilhões.

Mantega também lembrou que a Venezuela tem poder de compradevido às receitas do petróleo e tem uma produção reduzida de manufaturados. Oministro destacou a importância daquele país como futuro membro doMercosul.

Sobre as questões políticas dopaís vizinho, com as mudanças constitucionais propostas pelo presidente Hugo Chávez,que lhe permitirão reeleger-se várias vezes, Mantega enfatizou queChávez foi eleito democraticamente.

"Isso é uma questão de difícil elucidação.Cada um tem opinião distinta em relação a isso. O fato é que é bem vinda aentrada da Venezuela no Mercosul".

Para Mantega a entrada da Venezuela reforça oMercosul, que ganha "melhor calibre" à medida que outros países vão entrando.,acrescentou.  

O ministro da Fazenda tambémcomentou as medidas que estão sendo concluídas para que o comércio com aArgentina passe a ser feito com moeda local e não mais com o dólar já a partir dopróximo ano. Segundo ele, o programa de computador que vai fazer asconversões diárias entre o real e o peso está praticamente pronto.

"Nos próximo dias, [o programa] vai ser testado. Falta assinar um protocolode colaboração entre os dois países. Acredito que no início do ano esse sistemade trocas com moeda local já estará funcionando", disse.

Mantega defende a mudança porconsiderá-la importante para o crescimento do comércio do Brasil com aArgentina, já que facilita e reduz custos, pois o pagamento das transações nãoprecisa mais ser convertido para o dólar e depois para o peso ou para o real.

"Tudo isso é transaçãofinanceira, bancária. Abre também a possibilidade de que mais empresas, empresas de menor porte, tenham facilitado o ingresso nesse mercado", afirmou.