Secretário da CGU diz que relatório sobre corrupção não reflete ações de governo

26/09/2007 - 23h01

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O relatório que classificou o Brasil em 72º lugar no ranking mundial da corrupção não reflete as atividades de prevenção e repressão do governo federal, afirmou hoje (26) o secretário-executivo da Controladoria-Geral da União (CGU), Luiz Navarro. Para ele, a pesquisa divulgada pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional, baseada em entrevistas com profissionais de negócios e formadores de opinião, não mede diretamente a corrupção.O levantamento, na avaliação do secretário, passa apenas a impressão de uma determinada camada da população, que se sente influenciada pela divulgação das ações de combate à corrupção do governo. “Quando as operações da Polícia Federal e as fiscalizações da CGU são divulgadas, as pessoas acreditam que os casos de fraude estão aumentando, mas na verdade eles já ocorriam e não eram percebidos”, comentou.Apesar de a Transparência Internacional não considerar a melhora de dois décimos na nota do Brasil – que passou de 3,3 no ano passado para 3,5 neste ano – um sinal de que a corrupção diminuiu, Navarro disse que a oscilação pode ser um sinal de que a percepção do problema começa a mudar:  “Aos poucos, as pessoas estão tomando consciência de que o Brasil está ficando mais transparente e revirando os casos de corrupção.”Ele citou as cerca de 330 operações da Polícia Federal que desde 2003 resultaram na prisão de 5.618 pessoas – entre elas, 903 agentes públicos. Em relação à CGU, ele mencionou que nos últimos anos foram fiscalizados, por sorteio, 1.281 municípios e 61 transferências de recursos federais. As fiscalizações foram responsáveis pela demissão ou cassação de aposentadoria de 1,4 mil agentes públicos. Em relação à prevenção, Navarro ressaltou a capacitação, pela CGU, de 5 mil cidadãos e de 15 mil servidores para acompanhar a aplicação dos recursos públicos pelos municípios. E comentou: “O Brasil está fortalecendo as instituições que trabalham no combate à corrupção para construir um Estado sólido.”