Base governista aprova fim da discussão da CPMF, mas oposição ainda obstrui votação

19/09/2007 - 22h13

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de mais de oito horas de obstrução da oposição, a base governista na Câmara aprovou requerimento de encerramento da discussão da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 31 de dezembro de 2011. Desde a manhã de hoje, os partidos da oposição estão obstruindo os trabalhos no plenário, com a apresentação de requerimentos a fim de protelar a votação da PEC. Os aliados do governo rejeitaram todos os requerimentos de adiamento, de retirada da matéria de pauta, entre outros. "Nossa estratégia é debater, usar o regimento interno, obstruir a votação para defender o fim da CPMF", afirmou o vice-líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC).Já o líder do governo, deputado José Múcio (PTB-PE), admitiu que está havendo pressão dos aliados por cargos e emendas, mas garantiu que ela não ocorre em função da votação da CPMF. "Essa pressão sempre existiu, de todos os partidos, mas isso é do processo democrático. O presidente Lula tem um partido e governa com outros 11 partidos. A cobrança é permanente", afirmou.Ele também admitiu que a votação poderá se estender: "Se eu dissesse que iria se encerrar tudo hoje talvez eu estivesse sendo exageradamente otimista. Acredito que elas vão continuar amanhã".O deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), segundo vice-presidente da Casa, informou que já foram apresentadas cerca de 35 matérias que exigem votações nominais e requerem quórum de mais de 308 votos. Segundo ele, a previsão é de concluir a votação da PEC na próxima semana. A oposição, acrescentou, apresentou sete destaques para votações em separado, inúmeras emendas aglutinativas e requerimentos para adiamento das votações.No caso de votações de destaques, caberá ao governo a tarefa de conseguir os 308 votos favoráveis à rejeição. No das emendas aglutinativas, os partidos de oposição precisarão conseguir os votos favoráveis à aprovação. Essas votações só poderão ocorrer depois de votado o substitutivo do deputado Antonio Palocci (PT-SP), aprovado em Comissão Especial.