Comitiva russa avalia situação sanitária no Brasil para definir importação de carne

05/09/2007 - 23h00

Erich Decat
Da Agência Brasil
Brasília - Uma comitiva do serviçoveterinário da Federação Russa ficará por 20 dias no Brasil para avaliar a situação sanitária. A informação é do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, que se reuniu hoje(5) com os técnicos russos e acrescentou que as análises de campo deverão começar na segunda-feira (10).A delegação, com 20 pessoas, também ajudará a definir uma planode trabalho com o objetivo de preparar o primeiro memorando de entendimento sobre regras sanitárias entre os dois países. “Eles vão examinar nossa capacidadede diagnóstico e laboratorial, controles da produçãode insumos, a situação epizoótica [serviçode sanidade animal], nosso sistema de inspeção e o programade controle e erradicação da brucelose e tuberculose”, disse Kroetz.ARússia, atualmente, compra carne bovina do estados de Goiás,Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins e Roraima.Já a carne suína é importada de Mato Grosso e do RioGrande do Sul. O secretário lembrou que além dos países da União Européia, o maior mercado isolado para a carne brasileira é a Federação Russa. Nos últimosmeses, países como a Inglaterra e a Irlandatêm promovido discussões em favordo embargo à carne brasileira. Ontem (4), cinco deputados doParlamento Europeu iniciaram uma campanha para banir da região a carne bovina brasileira, sob a alegação de risco à saúde após os registros de febreaftosa no país. Para Inácio Kroetz, a avaliação dosparlamentares não se baseia em dados concretos: “Issoé fruto de uma investigação clandestina realizada aqui no Brasil e é absolutamente desprovida decrédito, porque não é oficial, nãorespeitou qualquer parâmetro”.  Osecretário também adiantou que o Brasil deverá investirUS$ 750 mil por ano, até 2011, no combate à febre aftosa na divisa de Mato Grosso com a Bolívia. Os recursos sairão do Fundo para aConvergência Estrutural do Mercosul (Focem).“É a forma encontrada pelo Brasil para cooperarcom os países vizinhos que têm problema com a aftosa.Nós não teremos um Brasil livre e seguro enquanto o vírus circular na América Latina”, disse.