Inflação está sob controle, apesar de "sinal amarelo", avalia Mantega

04/09/2007 - 22h19

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera que o aumento na cesta básica de 16 estados acende a luz amarela para o risco de alta da inflação. Mas considera que o governo está acompanhando e tem instrumentos para evitar uma elevação acima da meta de 4,5% para este ano. O dado foi divulgado pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese).Falando a jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda, Mantega disse que os preços dos alimentos, especialmente leite e carne, estão subindo por causa da entressafra e da diminuição desses produtos no mercado internacional. "Esses preços devem ser observados. Mas até agora, sinal amarelo apenas", disse.Mantega voltou a dizer que determinou à Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) que acompanhe mais atentamente os preços no setor de alimentos  e que até, agora "não tem nenhum desespero".  Se for necessário, disse, o governo pode lançar mão da redução de impostos para que os produtos entrem no país a preços mais baixos. "Se o preço interno sobe mais que o preço internacional, a gente pode reduzir tarifa de importação, mas se o preço internacional subir tanto quanto o interno a redução não adianta em nada".Ele também voltou a lembrar que a queda nos preços administrados, como energia elétrica, vai equilibrar a inflação. Para Mantega, há ainda uma folga porque a inflação estava em um patamar  bastante inferior ao centro da meta, em torno de 1,5 ponto percentual. "Uma aproximação do centro não chega a ser algo trágico".Mantega fez questão de frisar que as suas ponderações nada têm a ver com a decisão a ser tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), em relação à taxa básica de juros (Selic). A trajetória da inflação é sempre o principal item a ser analisado pelo Copom ao decidir sobre a elevação ou redução da Selic, hoje em 11,5% ao ano. "Estou fazendo uma analise para efeito de verificar qual é a tendencia da economia, qual a tendencia da inflação", comentou ao afirmar que não acomanha as discussões no Copom. "Estou aguardando as decisões do Copom e as suas conclusões que estarão impressas na ata", disse, refereindo-se ao documento, a ser publicado na quinta-feira da próxima semana, com as explicações da diretoria do Banco Central para justificar as suas decisões.