Gabrielli diz que compra da Suzano abre possibilidade de investimentos privados

03/08/2007 - 23h07

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, destacou hoje que a compra da totalidade das ações da Suzano Petroquímica S/A, pertencentes aos controladores da Suzano Holding, "enquadra-se na estratégia de retorno da estatal ao setor da petroquímica".Indagado se a operação não poderia indicar a uma reestatização do setor petroquímico, o presidente daPetrobras disse que a nova aquisição, ao contrário, estaria abrindo apossibilidade de investimentos privados.“Achamos que estamos viabilizando uma associação entre a Petrobras, que é umaempresa que tem 60% do seu capital no mercado de ações, controlada pelogoverno brasileiro, com empresas que são extremamente e totalmenteprivadas. Portanto, nós estamos expandindo a capacidade e apossibilidade de investimentos privados”, disse. E acrescentou: “Nós vamos buscarsócios privados, nós estamos já em negociações com sócios privados epretendemos ter sócios privados no complexo [petroquímico] do Sudeste”. O valor da compra, anunciada hoje (3) pela estatal, foi de R$ 2,7 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões para os controladores e R$ 600 milhões de oferta pública para os acionistas minoritários. Uma assembléia geral dos acionistas será convocada para ratificar a operação.Com a aquisição, a Petrobras passará a controlar direta ou indiretamente as seguintes empresas, que faziam parte da Suzano Holding: Suzano Petroquímica Operacional (76% considerando apenas a compra do controle, não refletindo o resultado da oferta pública; e 100% se obtiver sucesso pleno na compra das ações dos minoritários): Rio Polímeros (de 23% a 42% na compra do controle, e de 25% a 50% na aquisição dos minoritários), Petroquíca União (23% dos controladores e 24% dos minoritários) e Petroflex (15% dos controladores e 20% dos minoritários).A Rio Polímeros foi a primeira empresa na produção de polietileno a partir de gás natural e a Petroflex é a maior produtora de borracha sintética da América Latina. A primeira tem capacidade de produzir 540 mil toneladas de polietileno por ano e a Petroflex tem potencial de produção anual de 422 mil toneladas de borracha sintética.