Novos depoimentos no Conselho de Ética serão agendados depois da análise de documentos, diz relator

01/08/2007 - 21h53

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Ética do Senado recebeu quase todos os documentos requeridos para que a Polícia Federal possa concluir a nova perícia que comprovará a licitude das vendas de gado feitas pelo presidente da Casa, Renan Calheiros. O parlamentar informou ao colegiado que parte dessa renda foi utilizada para o pagamento de uma pensão de R$ 12 mil à jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha."A Polícia Federal já tem em mãos quase 100% daquilo que foi solicitado para realizar a perícia", informou o senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do processo que investiga se o presidente do Senado teve contas pessoais pagas pelo funcionário da empresa Mendes Júnior Cláudio Gontijo. Hoje (1) os relatores Almeida Lima (PMDB-SE), Marisa Serrano (PSDB-MS), além de Casagrande, analisaram toda documentação recolhida até o momento, bem como depoimentos já realizados.Casagrande informou que a comissão definirá na próxima semana a agenda de novos depoimentos com base na análise dos documentos recebidos. Nesta quarta-feira, a comissão recebeu a documentação do Frigorífico Mafrial, um dos que teriam comprado parte do rebanho de Renan Calheiros. A Secretaria da Fazenda de Alagoas, de acordo com Renato Casagrande, também enviou documentos ao conselho. Os senadores investigam a emissão de notas fiscais da Mafrial do gado que teria sido vendido para outros frigoríficos. "Esta resposta será dada pela avaliação dos documentos que estamos recebendo a partir de agora, porque recebemos também um documento da Secretaria estadual da Fazenda. Já há uma investigação preliminar sobre essas operações".Casagrande disse, ainda, que a perícia da Polícia Federal responderá o que "é correto e o que não é com os documentos que têm em mãos a partir deste momento". A previsão dos relatores é que a Polícia Federal conclua a perícia até o dia 15 próximo.O senador Almeida Lima considera que "com as provas que chegaram e estão sendo analisadas" será possível concluir as investigações com a apresentação de apenas um relatório ao Conselho de Ética. Ele ressaltou, entretanto, que isso pode não acontecer, o que levaria os senadores do colegiado à apreciação de dois pareceres sobre o resultado das investigações.