Representantes de vítimas de explosão em fábrica de fogos condenam "manobra" da defesa

27/06/2007 - 23h07

Erich Decat
Da Agência Brasil
Brasília - Emnota à imprensa divulgada hoje (27), a presidentedo Movimento 11 de Dezembro, Maria Madalena Silva, em conjunto coma diretora da organização não-governamental Justiça Global, Sandra Carvalho, e arepresentante do Fórum Direitos Humanos de Santo Antônio,Ana Maria Santos, condenam o que chamaram de “manobra da defesa”:o adiamento do julgamento da familiares de Oswaldo dos PrazeresBastos e de dois funcionários da fábrica de fogos de SantoAntônio de Jesus, na Bahia.Um acidente na fábrica matou 64 pessoas no dia 11 de dezembro de 1998,e é considerado um dos piores acidentes com fogos de artifício dahistória do país.A nota informa que dois dias antes da realização do julgamento oadvogado de defesa, Alfredo Venet Lima, comunicou à juízado Tribunal do Júri da cidade, Rosemunda Souza Barreto, queteria uma audiência agendada em Salvador no mesmo dia dojulgamento dos réus, o que impossibilitaria a presença dele. Os representantes das vítimas da explosão acrescentam, na nota, que Lima sabia das datascoincidentes, mas optou pelo silêncio e utilizou a informaçãocomo um recurso protelatório para conseguir o adiamento dojúri. Diantedesse fato, a juíza remarcou a audiência para o dia 31de julho.

A promotora de Justiça Lucélia Silva AraújoLopes informou que um novo cancelamento não poderá ser solicitado por parte da defesa: “Se o advogado, mesmo que justificadamente, seausentar na próxima sessão, a juíza devesolicitar que os réus nomeiem um novo advogado. Caso isso nãoocorra, ela nomeará um defensor público paradefendê-los”.