Relação entre dívida interna e PIB cai para 44,7%, aponta relatório do Banco Central

27/06/2007 - 22h52

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dívida interna do país em maio ficou em R$ 1,173 trilhão, ou 47,9% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país). Segundo relatório divulgado hoje pelo Banco Central com os resultados da política fiscal, houve um acréscimo de R$ 22,4bilhões em relação a mês de abril. Essa elevação se deveu a emissõeslíquidas de R$ 10,4 bilhões, incorporação de juros de R$ 12,7 bilhões edecréscimo de R$ 700 milhões, diante da valorização do real frente aodólar, que em maio chegou a 5,2%.Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes,apesar do aumento da dívida interna, "o resultado das contas no quintomês é relevante em relação a abril, mesmo tendo sido menor, em vista dasazonalidade que existe em  abril". Ele lembrou que no quarto mês do ano há recolhimentos substanciais de Imposto de Renda, Contribuição sobreLúcro Líquido (CSLL), Fistel e outras receitas.O desempenho fiscal em maio permitiu, segundo Lopes, que a relação entre dívidainterna e PIB ficasse inferior aos 44,9% registrados em maio de 2006. “Estamos mantendo trajetória de queda lenta egradual, que não expressa em toda a sua plenitude a redução da taxa dejuros anual, a Selic", disse. E acrescentou que o governo opta pela gestão dadívida de forma pré-fixada "por isso ela carrega seu custo por tempomais longo, mas a tendência de redução está mantida".Ainda de acordo com o relatório do Banco Central, o país acumulou saldo de R$ 60 bilhões até maio na diferença entre receita decorrente da arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais, e as despesas. O superávit equivale a 6% do PIB, quando no ano passado era de 5,12% do PIB, ou R$ 46,7 bilhões. O relatório aponta que no mês de maio o setor público, incluindo o Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social), mais estados e municípios foram superavitários em R$ 9,3 bilhões, contra os R$ 6,303 bilhões no mesmo mês em 2006. O Governo Central contribuiu com R$ 5,3 bilhões para o saldo do mês, enquanto os governos regionais entraram com R$ 2,8 bilhões e as empresas estatais, com R$ 1,1 bilhão. O mês de maio, acrescentou Altamir Lomes, "reflete o aumento do salário mínimo mais que o mês de abril e no entanto neste ano o quinto mês foi o melhor resultado de superavit primário, da série iniciada em 1991 com o inicio da divulgação conjunta do desempenho fiscal dos governos de todos os níveis".