Guerra civil em Luanda obrigou Massuama Antônio a abandonar tudo

24/06/2007 - 19h50

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 600 pessoas participaram nestedomingo (24), na Vila Olímpica da Mangueira, zona oeste do Rio deJaneiro, de um torneio de futebol que encerrou as comemorações do DiaMundial do Refugiado, celebrado na última sexta-feira (22).Ainiciativa do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados(Acnur) no Brasil, com apoio da Cáritas Arquidiocesana do Rio, visaintegrar refugiados de vários países, principalmente africanos, quevivem na capital fluminense, com a comunidade local. Entre os que participaram do torneio estava Massuama Amílcar Antônio, de 36 anos. Ele veio de Luanda para o Rio em1990 e hoje trabalha na área de informática. Casado com umabrasileira, ele tem dois filhos e contou: “Nós tínhamos uma vida boa  mas com aguerra civil que tínhamos na época tivemos que abandonar tudo e viemospara cá para conseguir um lugar que fosse acolhedor e que pudéssemosficar com paz. No princípio foi um pouco difícil, mas com o passar dotempo conseguimos nos regularizar e trabalhar”. De outro grupo, o colombiano RobertoCarlos Torres, de 30 anos, é um dos 450 reconhecidos oficialmente pelo governo como refugiado. Torres chegou ao Rio de Janeiro há um ano e meio e conta que na Colômbia fazia faculdade de contabilidade financeira eatuava num trabalho social junto a populações atingidaspela violência. Requisitado por um grupo terrorista, fugiu: “Levaram-me para oacampamento e disseram que queriam que eu me juntasse à guerrilha para fazer um trabalho de motivação na tropa que estavadesertando. Deram-me uma semana para que fosse à minha cidade natal e voltasse. Foi a oportunidade de sair do país,porque quando a gente não faz o que eles querem, procuram portodo o país para prender e matar.”Torres ainda não conseguiu trabalho no Brasil. Contou que toda a documentação já foi regularizada e que vem recebendo auxílio da Cáritas Arquidiocesana, mas emrelação ao emprego disse ver dificuldades, porque aindanão fala bem o português.