Hospital de grande complexidade possui sistema de triagem para pacientes

19/06/2007 - 22h03

Irene Lobo*
Enviada especial
Belo Horizonte - A cinco minutos de carro do posto de saúde da comunidade de Pedreira Padro Lopes, um hospital para atendimento de grande complexidade parece outro mundo. O Hospital Municipal Odilon Behrens atende em média 520 pacientes por dia. São 409 leitos no total, sendo 100 de terapia intensiva. Logo na entrada do prédio, duas moças com uniformes, estampados pela frase “posso ajudar”, recebiam as pessoas.O hospital está lotado, mas a gerente administrativa do hospital, Susana Ratz, recebe a equipe da Agência Brasil com sorriso no rosto. Logo, ela explica porquê o hospital é referência em saúde em Belo Horizonte. “A gente criou um  programa que se chama Programa de Desospitalização. A gente estabiliza  aqui o paciente, fornece o medicamento para o tratamento dele, dá a alta, assegura o retorno dele no ambulatório de regresso e quando ele  está estável, a gente o encaminha para a equipe do programa Saúde da  Família. Com isso, a gente reduziu muito a nossa necessidade de  internação, saindo de uma média de 1.200 para 500 por mês”, explica.A primeira parada no hospital é a entrada dos pacientes. Ao serem recebidos, são atendidos imediatamente e classificados em cores, de acordo com o problema de saúde. Vermelho é utilizado para designar os casos gravíssimos, com risco de morte. Amarelo, para casos em que não há risco de morrer, mas as dores são fortes. E verde para os caso menos graves. Cada cor tem a sua própria sala de espera.Na sala dos pacientes classificados como vermelhos, uma filha com a mãe idosa deitada numa maca recebe atendimento. Fátima Nunes relata: “Acabei de chegar, o médico já olhou ela e agora estou aguardando. O atendimento é muito bom”, diz. Nos leitos hospitalares, a gerente administrativa explica que ao todo  são 409 leitos, "sempre lotados", como na tarde da última sexta-feira (15). Os leitos são separados por homens, mulheres e crianças. No dos  homens, uma jovem acompanha o irmão, portador de paralisia cerebral, em  mais uma internação hospitalar. “Eles foram ágeis, no caso dele, ele já foi direto para a sala de emergência e foi atendido bem rápido. Tudo o  quer é possível está sendo feito para ele”, conta Susana Rocha, de 23 anos.O hospital também tem arte. Um projeto, chamado Saúde com Arte, colore as paredes de vários cantos no hospital. São poesias, desenhos, fotografias e gravuras que amenizam o cotidiano da dor. Na última etapa, conhecemos a maternidade do Odilon. São 55 leitos neonatais. O hospital também tem uma sala específica para abrigar as parturientes que fazem parte do projeto mãe-canguru.Hospitais como o Odilon Behrens estiveram entre as discussões sobre o futuro da política pública de saúde, que aconteceu no final de semana passado na capital mineira. Leia reportagem sobre o resultado da Conferência Municipal de Saúde.