Elaine Patrícia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Na mesma entrevista em que comentou o indiciamento de seu irmão pela Polícia Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o vazemento de informações de operações da Polícia Federal e informações divulgadas pela imprensa sem confirmação de culpa. "Vivo um momento de reflexão do que está acontecendo no Brasil nesse momento. Nós temos um processo de escuta telefônica, que deveria ser sigiloso e todo dia você tem uma informação que você não sabe se é verdadeira ou truncada", disse. "A imprensa recebe uma informação antes de um juiz e do Ministério Público."Lula criticou que há um equívoco nas acusações de que há disputas internas na Polícia Federal que influenciaram essa investigação. "Acho que há um equivoco. A medida que a PF é uma instituição que tem um poder enorme, aumenta a responsabilidade. Não é possível que, se há problemas internos na PF, esses problemas internos tenham como vítimas o trabalho legal que ela faz", afirmou. Segundo o presidente, é melhor esperar que haja uma "definição correta" da apuração com os encaminhamentos devidos da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça."Aqueles que forem culpados serão punidos e processados. E aqueles que forem inocentes, serão inocentados", disse. "É importante tomar muito cuidado com aquilo que a gente fala, com o que a gente escreve e com julgamentos precipitados. O que tenho percebido é que dependendo se houve uma briga política, as pessoas vão pingando uma coisa para um jornal para outro jornal outra coisa. E as pessoas sem terem o direito de se defender vão sendo execradas e condenadas aos olhos da opinião pública sem poderem provar que são inocentes."