STJ encerra primeira fase do inquérito da Operação Navalha

30/05/2007 - 23h08

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com os cinco depoimentos de hoje (30), a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), encerrou a primeira fase das investigações da Operação Navalha deflagrada pela Polícia Federal no último dia 17 para desmantelar o esquema acusado de fraudar licitações públicas e desviar recursos federais de programas como o Luz para Todos.Segundo a assessoria do STJ, a ministra vai dedicar o dia de amanhã para organizar as informações obtidas durante os oito dias de depoimentos. Em seguida, os dados serão encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF), a quem compete oferecer ou não denúncias contra cada um dos 48 investigados.Os dois últimos intimados a depor foram o ex-procurador-geral do Maranhão, Ulisses Cesar Martins de Sousa, e o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Sousa foi acusado de dar pareceres favoráveis ao pagamento de serviços irregulares feitos pela Construtora Gautama, de Zuleido Veras, apontado como o mentor do esquema. Já Rondeau deixou o comando do ministério após seu assessor, o chefe de gabinete Ivo Almeida Costa, ser acusado de receber propina da Construtora Gautama, beneficiada pela interferência de Costa em uma licitação do Luz para Todos.Antes, a ministra já havia ouvido os governadores de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), e do Maranhão, Jackson Lago (PDT), além do deputado distrital Pedro Passos (PMDB-DF). Dos cinco, apenas Vilela e Lago falaram com a imprensa.Teotônio explicou que não está sendo investigado e que somente foi intimado a depor porque há indícios de irregularidades de obras públicas em Alagoas. “Estou ajudando desde o primeiro momento a esclarecer os fatos. Exonerei os [servidores citados no inquérito] presos e fiz auditoria”, afirmou.Já o governador do Maranhão negou ter recebido qualquer propina da Gautama. Ele admitiu que há indícios de irregularidades nos contratos entre a construtora e o governo do estado e classificou como “profundamente lamentável” as suspeitas de que seus sobrinhos, Alexandre Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior estejam envolvidos no esquema criminoso. Ambos foram presos acusados de receber, em nome do tio, R$ 240 mil de propina.