Deputados iniciam coleta de assinaturas para duas CPMIs

21/05/2007 - 23h08

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os deputados Augusto Carvalho (PPS-DF) e Júlio Delgado (PSB-MG) iniciaram na noite de hoje (21) a coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com o objetivo de apurar as denúncias envolvendo a Operação Navalha, realizada pela Polícia Federal para investigar fraudes em licitações públicas em diversas unidades da federação. Segundo o requerimento, a CPMI será formada por 17 deputados e 17 senadores e igual número de suplentes, para no prazo de 180 dias investigar as denúncias sobre as fraudes nas licitações públicas. Para a criação da CPMI são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores. Na justificativa, os autores do requerimento afirmam que no âmbito do Congresso Nacional, "conforme foi apurado até o momento, a organização criminosa negociava diretamente com parlamentares ou assessores a liberação de emendas individuais à Lei Orçamentária Anual destinadas a obras de seu interesse". Também citam supostas listas de presentes a funcionários públicos e documentos apreendidos pela Polícia Federal "com nomes de deputados e senadores relacionados a quantias em dinheiro". Os dois deputados elaboraram ainda um requerimento de criação de CPMI para investigar a venda de sentenças por membros do Poder Judiciário. Na justificativa, os deputados afirmam que "em uma série de operações deflagradas nos últimos meses, a Polícia Federal desbaratou intrincadas teias de corrupção envolvendo membros do Poder Judiciário, que negociavam a venda de sentenças e informações judiciais a instituições financeiras, empresas e até mesmo ao crime organizado". Os deputados Júlio Delgado e Augusto Carvalho também justificam o pedido afirmando que na última dessas operações, batizada de Hurricane (furacão em inglês), os agentes descobriram como exploradores de casas de bingo e de jogos de azar foram beneficiados por liminares emitidas por ministros do Superior Tribunal de Justiça.