Ibama multa siderúrgicas do Pará em R$ 150 mil

20/04/2007 - 21h52

Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou, nos últimos dois dias, uma operação contra o uso ilegal de carvão vegetal e outras irregularidades em oito siderúrgicas situadas no município de Marabá (PA). A ação resultou em multas de mais de R$ 150 milhões e na apreensão de 21 mil metros cúbicos de carvão vegetal, o equivalente a 350 caminhões carregados com o produto.Na ação, que integrou a Operação Quaresma e contou com o apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), os fiscais do Ibama notificaram as empresas para apresentarem o relatório de produção do ferro gusa e as licenças do carvão vegetal recebidas nos últimos dois anos. Além disso, foram medidos os lotes de carvão vegetal armazenados nos pátios e galpões das indústrias.Levantamento feito pelo Ibama, com dados dos últimos sete anos, aponta a queima de 21 milhões de árvores nos fornos de carvão vegetal utilizados na produção do ferro gusa, conforme os volumes de carvão apreendidos e os encontrados sob a guarda das empresas siderúrgicas. Esse número de árvores corresponde a 7 milhões de metros cúbicos de carvão vegetal ou o equivalente a 100 mil hectares de terras desmatadas, segundo o órgão federal.Um dos coordenadores da operação, Norberto Neves, comentou que "esse déficit comprova a gravidade da situação ambiental do setor siderúrgico no estado do Pará e demonstra a continuidade do elevado índice de ilegalidades na maioria das siderúrgicas vistoriadas".Durante a operação feita nos dois últimos dias em Marabá, uma das siderúrgicas inspecionadas foi embargada novamente, por não ter licença para operar, segundo ação anterior das autoridades ambientalistas. A empresa vinha funcionando sob a proteção de uma medida liminar conseguida na Justiça, no mês passado, mas o Ibama recorreu e a liminar foi suspensa.