Agricultores familiares buscam no exterior novos mercados para produtos orgânicos

24/02/2007 - 0h27

Renato Aguiar
De A Voz do Brasil
Brasília - Produtos orgânicos, como doces e geléias de frutas raras, como umbu, suco de tangerina, polpa de açaí e cachaças envelhecidas estão gerando emprego e renda para agricultores familiares brasileiros. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), de agosto do ano passado a janeiro deste ano, o Brasil exportou cerca de 9,5 mil toneladas de produtos orgânicos. Na última semana, o MDA levou 13 representantes de associações e cooperativas à maior feira de produtos orgânicos do mundo, a Biofach, na cidade de Nuremberg, na Alemanha. Com isso, o ministério quer gerar mais oportunidades de negócios para os agricultores familiares. Segundo João Batista, técnico da área de agroindústria da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA, os produtos orgânicos brasileiros têm boa aceitação no mercado internacional. "Secularmente, os americanos e europeus usaram pesadamente agrotóxicos. Já nós temos várias regiões e solos que ainda não estão contaminados", disse ele.Para João batista, a qualidade do solo e as técnicas da agricultura familiar qualificam o produto brasileiro. "Já se sabe que aqui, quando se olha, principalmente a agricultura familiar, que tradicionalmente sempre usa poucos insumos químicos, é muito mais fácil ter uma certificação do produto orgânico, de um produto que não tem agroquímicos", ressaltou.O produtor Pedro Marangoni, de Cruzeiro do Oeste, no Paraná, disse que a feira foi importante para divulgar os produtos orgânicos brasileiros e garantir mercado externo. "A gente está buscando justamente esta fonte de comercialização, para que o produtor possa ficar seguro. Para ele saber que, se produzir, tem onde colocar [o produto]", afirmou Marangoni, que preside a Associação dos Produtores Orgânicos das Águas dos Rios Paraná e Piquiri. No Brasil, cerca de 20 mil agricultores trabalham com produtos orgânicos, sendo que 80% são agricultores familiares.