Exonerados 1.799 parentes de gestores públicos em Pernambuco

15/12/2006 - 22h12

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - A campanha de combate ao nepotismo, lançada em setembro pelo Ministério Público de Pernambuco, resultou na demissão de 1.799 pessoas que trabalhavam de forma irregular nas Câmaras de Vereadores e Prefeituras de 73 municípios. Eram parentes próximos de prefeitos e vereadores.  Nas prefeituras ocorreram 1.352 afastamentos, enquanto no Legislativo municipal foram 447 exonerações. A cidade onde mais houve demissões – 182 servidores – foi Brejo da Madre de Deus, no Agreste. O levantamento foi divulgado hoje (15) pelo procurador-geral de Justiça, Francisco Salles de Albuquerque, e pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias, Ana Rocha. Ele informou que o objetivo não é promover perseguições aos gestores públicos: ”Queremos esclarecer que não é nenhuma ação contra um determinado prefeito, vereador, ou presidente de Assembléia, governador, ou membro do Tribunal de Contas, mas sim uma mediada em favor da democratização do acesso aos cargos públicos”.Salles disse ainda que a intenção é fazer com que as carreiras de Estado tenham, dentro da administração, o papel de melhor atender a toda a população.E que foram encaminhadas aos órgãos públicos recomendações para que no prazo de 90 dias sejam rescindidos os contratos irregulares. No próximo dia 20, promotores de Justiça ingressarão com ações civis públicas contra os gestores que insistirem em manter situações de nepotismo no estado. A campanha conta com apoio da sociedade, organizações não-governamentais, representantes de igrejas, magistrados e administradores de universidades.