Com aprovação do plano, Brasil cumpre um dos Objetivos do Milênio

11/11/2006 - 15h44

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a aprovação do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH),em janeiro deste ano, o Brasil conseguiu alcançar uma meta à qual secomprometeu em 2002, na Cúpula de Johannesburgo, África do Sul. Ali, os177 países-membros das Nações Unidas se comprometeram a perseguir metasque levem ao desenvolvimento e ao bem-estar da população, os chamadosObjetivos de Desenvolvimento do Milênio. Um desses compromissos eraelaborar um plano de recursos hídricos até 2005. O PNRH, umaimposição da Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecida porlei em 1997, assim, foi criado e, agora, serve como diretriz para queos setores atuem de forma harmônica, explicou osecretário interino de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, Márley Caetano de Mendonça. “A questão do conflito pelo uso da água é um problema histórico quetemos no país", disse ele. Mendonça ressaltou que, com a existência deum plano macro, que estabelece diretrizes para todos os setoresusuários da água no país, criam-se condições para que esses setoresfaçam seu planejamento sem pensar para dentro. Um dos exemplos de conflito pelo uso da água no país se dá entre ossetores elétrico e de transportes. Com a construção de barragens parageração de energia elétrica, muda-se o curso e o regime dos rios e, comisso, o transporte hidroviário fica prejudicado. Os planejadores daárea de transporte argumentam que nem sempre eclusas para recuperar anavegabilidade dos rios são construídas e os planejadores de geração deenergia elétrica se defendem, afirmando que eclusas são construídassempre quando um reservatório nasce de um rio antes navegável. O professor de engenharia civil e ambiental Demetrios Christofidis, da Universidade de Brasília (UnB), quetrabalhou como consultor na elaboração dos Cadernos Setoriais deRecursos Hídricos, acredita que o plano vai unir os setores de maneiraintegrada. Esse plano tem a vantagem de ser isento, pois foi feito comparticipação de diversos setores, que atuavam antes de formafragmentada, destacou Christofidis. Agora, segundo ele, será possívelhaver "oferta segura e sustentável”.  Christofidis alerta, no entanto, para a necessidade de capacitaros que trabalham no gerenciamento dos recursos hídricos e os que usam aágua, para que todos saibam aproveitar o instrumento político einstitucional que é o plano, em favor da conservação da água, tanto doponto de vista da qualidade quanto da quantidade. “É precisodesenvolver trabalhos de educação ambiental. Todos precisam saber que aágua pode ser usada, mas que há meios de usá-la, preservando”.