Para especialista, abertura à participação popular no governo deve transformar a sociedade

30/10/2006 - 23h50

Raquel Mariano
Da Agência Brasil
Brasília - No primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falhou ao tratar a participação social como um instrumento e não como um elemento central no processo de transformação da sociedade. A afirmação é de José Antônio Moroni, do colegiado de gestão do Instituto de Estudo Socioeconômicos (Inesc), que disse ainda esperar uma outra postura do governo no segundo mandato. Segundo ele, o tratamento da participação social como instrumento se refletiu em questões como a formação de vários conselhos que eram apenas consultivos e não deliberativos, e em muitos deles a representação da sociedade civil é indicada pelos governos. “A participação foi encarada muito mais como um instrumento de governabilidade e um certo controle e cooptação dos movimentos. E muito menos como um elemento propulsor de transformações sociais”, afirmou Moroni. Ainda na avaliação do especialista, pesou para a reeleição de Lula o fato de o país ter “saído de um modelo com a ausência quase que total do Estado nas questões sociais, um governo que privatizou, para um outro modelo, que implementou políticas sociais”.