Entidades que representam trabalhadores elogiam avanços na área social

30/10/2006 - 0h45

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Crescimento econômico, emprego e distribuição de renda é o tripé que esperam ver concretizado no próximo mandato do presidente Lula as entidades que representam os trabalhadores. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique Silva Santos, a vitória de Lula representa a consolidação de mudanças como o fim das privatizações e a descriminalização de movimentos sociais, além do fortalecimento das políticas sociais.“Ela [a vitória do presidente] garante uma discussão importante para o futuro do país e, em especial, os movimentos sociais e sindical”, disse Santos. Segundo ele, a CUT já prepara a marcha do salário mínimo para este fim de ano, com o objetivo de provocar discussões sobre o reajuste, que é dado em maio. “Vamos fazer pressão junto ao Congresso Nacional e ao governo no sentido de implementar as reformas política, tributária e sindical”, anunciou Santos. Ao avaliar como positivas as políticas públicas do governo Lula, em geral, e especialmente no campo social, Santos criticou a prática de altas taxas de juros, que, em sua visão, impedem um “crescimento econômico mais vigoroso”. Ele também fez críticas às metas de superávit primário estabelecidas pelo governo para abatimento da dívida externa. Para ele, o superávit, mantido nos níveis atuais de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), “coloca bastantes obstáculos ao aumento dos investimentos em políticas públicas e sociais”. Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, José Lopes Feijóo, acredita que a política econômica praticada no primeiro mandato montou as bases para que o investimento seja acelerado. Ele acredita que, agora, os contratos de parcerias público-privadas (PPPs) vão deslanchar e garantir mais investimento em infra-estrutura, quesito fundamental de suporte ao crescimento econômico. “Vejo com muito otimismo esse segundo período. Creio que agora a tendência é que o presidente governe para todos, mas com olhar ainda mais voltado que no primeiro período, que já não foi pouco, para os segmentos que mais precisam, como os que lutam pela terra, por mais emprego, os que necessitam de investimento em educação”, avaliou. O presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Salim Reis, espera que, no segundo mandato de Lula, “sejam feitas as reformas estruturais e políticas no Brasil, para consolidar a democracia”. Ele destacou que só com crescimento econômico e desenvolvimento sustentado, o Brasil poderá gerar empregos. Reis enfatizou ainda a importância de melhorar o relacionamento inter-partidário. “Para que a gente possa ter um segmento, pra que a gente possa ter um rumo, onde não só seja importante acabar um pouco com essa corrupção, mas fazermos uma coalizão partidária para que esse desenvolvimento possa ter ética, possa ter honestidade”, concluiu.