Biodiesel tem produtividade e distribuição como desafios, diz Diretor de Combustíveis do MME

20/08/2006 - 20h21

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasília - Para que o programa do biodiesel atinja as suas metas, dois de seus principais desafios precisam ser superados, disse o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles. O primeiro deles é a capacitação e a organização da rede de produção do novo combustível e o segundo, refere-se aos índices de produtividade.O governo quer conseguir misturar, a partir de janeiro de 2008, 2% do biodiesel a todo óleo diesel comercializado no país, formando o chamado B2; e, a partir de 2013, 5%, formando o chamado B5. Hoje, segundo Dornelles, cerca de 2 mil postos vendem o B2 no país. “O número vem crescendo diariamente”, diz, em entrevista à Agência Brasil. “Até o final do ano, deve chegar a pelo menos 3 mil postos”. Ele destaca que esses estabelecimentos trazem a identificação de que trabalham com o biodiesel.Para misturar 2% do biodiesel ao óleo diesel, já a partir do próximo ano, o governo terá de ter disponível pelo menos 840 milhões de litros de biodiesel. Com o intuito de incentivar a produção e a introdução do novo combustível no mercado nacional, o governo já realizou quatro leilões para a compra do produto. Os leilões são uma forma de vender aos distribuidores a produção de refinarias que possuem o selo Combustível Social, criado para identificar produtores que promovem inclusão social e desenvolvimento sustentável. Segundo Dornelles, 210 mil famílias de agricultores ou assentados da reforma agrária já estão envolvidas como a produção do combustível. Ele afirma que o projeto representa ganhos ambientais e sociais, por usar uma fonte renovável de energia e por gerar empregos, principalmente nas regiões mais carentes do país. O biodiesel é um tipo de combustível renovável produzido a partir de sementes oleagionsas, como girassol, mamona, dendê e soja. Conforme destacou, o projeto, introduzido recentemente no país, é importante porque representa ganhos ambientais e sociais, na medida em que contribui para a geração de empregos, principalmente nas regiões mais carentes do país.