Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, informou hoje (11) que a instituição poderá apoiar as operações de compra, pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), da canadense Inco Limited, líder no mercado mundial de níquel. A CVRD anunciou, também hoje, que pretende fazer uma oferta de US$ 15,1 bilhões para adquirir todas as ações ordinárias da Inco.Segundo Fiocca, esse seria um “apoio para um segundo momento nos planos de investimento e expansão da Vale – agora, a companhia já tem recursos oferecidos por quatro bancos internacionais”. O presidente do BNDES acrescentou que ainda não há nada de concreto sobre a operação, mas o banco está aberto a discutir possibilidades, já que “vê com bons olhos” a compra da empresa canadense.A aquisição da Inco tornaria a CVRD a terceira maior mineradora do mundo, com domínio no mercado de minério de ferro, níquel, bauxita, alumínio e manganês. Na avaliação de Demian Fiocca, a oferta de compra da Vale do Rio Doce é “emblemática pelo momento que a economia do país está vivendo – as empresas brasileiras conseguiram praticamente dobrar os seus volumes de exportação e agora estão numa fase de internacionalização”. A Companhia Vale do Rio Doce foi criada pelo governo federal em 1942 e privatizada em 1997, quando o Consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, venceu o leilão e adquiriu 41,73% das ações ordinárias, por US$ 3,338 bilhões. Atualmente, o BNDES é um dos acionistas da empresa.A CVRD anunciou na semana passada lucro líquido recorde, no segundo trimestre deste ano, de R$ 3,9 bilhões – 12,2% acima dos R$ 3,5 bilhões do segundo trimestre de 2005. No acumulado do ano, o resultado totaliza R$ 6,1 bilhões, o que representa alta de 19,5% em relação aos R$ 5,1 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.