Mina de urânio na Bahia pode retomar operações em 30 dias

28/07/2006 - 20h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Entendimentos entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e a empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), vinculada ao órgão, definirão a retomada das operações da mina de urânio de Caetité, na Bahia. A avaliação é do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, depois de o presidente da Cnen, Odair Dias Gonçalves, ter informado que no prazo médio de um mês ela deverá voltar a funcionar. 

A mina opera desde março com autorização provisória, devido a irregularidades na área de segurança, apontadas pelo grupo de trabalho de Segurança Nuclear da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. O complexo de Caetité é uma das principais minas de exploração de urânio do país. 

O presidente da Cnen negou que o Brasil estivesse importando urânio devido à operação parcial da mina. “Nós estamos fazendo um empréstimo só enquanto resolvemos algumas questões que estavam faltando para a obtenção de licença. Isso vai ser resolvido rapidamente”, afirmou Gonçalves.

Ele explicou que essas questões se referem a diversos estudos, entre os quais aqueles sobre circuitos de águas, necessários sempre que se faz uma revisão das condições operacionais da empresa. E afirmou que não há uma correlação direta entre o funcionamento da mina e a fábrica de urânio enriquecido da INB, localizada no município fluminense de Resende: “Elas não são vinculadas necessariamente porque o urânio vem da INB, vai para o exterior para ser transformado em gás e para enriquecimento na Europa, e depois volta para a fábrica”.

Inaugurada em maio deste ano, a primeira unidade de enriquecimento de urânio da INB vai produzir combustível para as usinas de Angra 1 e 2. Segundo o ministro Sergio Rezende, "a usina sinaliza a retomada do projeto nuclear brasileiro".