Novas regras incluem cadastramento de produtores para exportação de carne

17/07/2006 - 22h29

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os produtores terão que se adequar às novas regras para exportação de carne bovina e bubalina, apresentadas hoje (17) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A principal mudança no Serviço de Rastreabilidade da Cadeia de Bois e Búfalos (Sisbov), segundo o diretor do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade, Paulo Nogueira, é o cadastramento obrigatório para os mercados que exigem esse acompanhamento, como a China e a União Européia. 

Nogueira informou que o produtor "terá que prestar contas de toda a sua propriedade, incluindo o registro das vacinas e medicamentos aplicados no rebanho, a compra de alimentos como milho ou farelo de soja, uma possível castração, entre outros eventos". 

Anteriormente, o sistema previa identificação dos bois ou búfalos apenas na idade do abate, o que de acordo com o diretor, "resolvia em parte a necessidade da rastreabilidade".

O gado será identificado desde o nascimento, de acordo com as novas regras, publicadas na última sexta-feira (14) no Diário Oficial da União para entrarem em vigor no dia 13 de setembro. Até o dia 31 de dezembro de 2007 o produtores deverão aderir ao sistema e durante o prazo de adaptação, o ministério fará campanhas de esclarecimento. Para o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Márcio Portocarrero, o sistema também atende aos compradores: "Podemos dizer que ele dá uma segurança total, porque o comprador poderá identificar de onde saiu a carne que ele comprou, o tipo de alimentação e o tratamento sanitário que os animais receberam". Portocarrero lembrou que também o ministério poderá identificar, em caso de algum problema, como a falta de uma vacina obrigatória, a propriedade de onde veio a carne.  De acordo com as novas regras, acrescentou, "os pecuaristas deverão identificar os animais com botton, brinco ou chip eletrônico, e terão que adotar um protocolo de práticas sanitárias e de produção que incluem o controle da alimentação e da vacinação, entre outras".