Presidência da Câmara analisa afastamento de dois supostos ''sanguessugas''

06/07/2006 - 0h13

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A presidência da Câmara está analisando a possibilidade de afastar dois deputados que integram a mesa diretora. Eles são acusados de envolvimento com o esquema de compra superfaturada de ambulâncias através de emendas parlamentares. O pedido de afastamento foi aprovado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas. Os dois parlamentares, segundo o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), já foram informados sobre a solicitação da CPMI. Os nomes não podem ser divulgados porque o processo tramita em segredo de Justiça.

"O pedido será examinado mediante aquilo que determina tanto a Constituição quanto o regimento interno da Casa", disse Aldo Rebelo. Os nomes dos parlamentares estariam incluídos no livro caixa da empresa Planam, que vendia as ambulâncias superfaturadas a municípios através de pagamento via emendas orçamentárias. O dono da Planam, Darci Vedoim, é acusado de coordenar o esquema.

Pelo regimento interno da Câmara, não há previsão de afastamento de membros da mesa diretora, uma vez que eles são eleitos pelo voto dos seus colegas. Em 1991, o então presidente da Câmara, deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), enfrentou um problema com o então deputado Jabes Rabelo (PTB-RO), que respondia processo de perda de mandato. O parlamentar era terceiro suplente da mesa e não pôde ser afastado. Na época, Pinheiro apenas conseguiu que ele não presidisse as sessões da Casa.