Conheça as estratégias de campanha dos candidatos a presidente

05/07/2006 - 23h22

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Diferentes estratégias marcam a largada das campanhas dos sete candidatos à Presidência da República, a partir desta quinta-feira. Diante do desafio de apresentar, em pouco menos de três meses, em todo o país, as propostas de governo, os partidos buscam desenvolver alternativas. Em jogo, estão fatores como a possibilidade de arrecadação de fundos de campanha e a disponibilidade de tempo no horário eleitoral gratuito de TV e rádio.Segundo Rubem Fonseca Filho, da coordenação de campanha de Cristovam Buarque (PDT), a estratégia do partido será apresentar regionalmente o candidato, uma vez que Cristovam é conhecido basicamente no Distrito federal, Rio de Janeiro e Pernambuco. "É uma campanha muito rápida, de apenas três meses, e é preciso percorrer pelo menos as grandes cidades", diz.O carro-chefe da campanha, segundo ele, será a defesa de projetos na área de educação. O partido registrou, no Tribunal Superior Eleitoral, a previsão de um gasto máximo de R$ 20 milhões mas, de acordo com Fonseca, será uma campanha modesta, "espartana", com custos estimados entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.Durante os quase três meses de campanha, o candidato Geraldo Alckmin, da coligação PSDB-PFL, pretende percorrer todo o país e "estadualizar" seu discurso. "Ele será preciso do ponto de vista dos compromissos estaduais, do nosso projeto para cada uma daquelas áreas que serão visitadas", explica o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).Guerra afirma que não há estados prioritários e que Alckmin percorrerá todo o país nos próximos 40 dias. "Há áreas que foram separadas no Brasil e que vão ser objeto de visita por critérios mais complexos, como capacidade de difusão, liderança do ponto de vista de comunicação e que são simbólicas por um ou outro aspecto", revelou, sem citar as regiões. O PSDB registrou no TSE um gasto máximo de R$ 85 milhões.Jorge Luis Martins, da coordenação de campanha de Heloísa Helena (Psol-PSTU-PCB), diz que a candidata priorizará os estados com maior número de eleitores – RJ, SP, RS e MG – mas deverá ir a cada estado brasileiro pelo menos uma vez nos três meses de campanha. "A idéia é combinar convenções de lançamento de candidaturas regionais com eventos de rua, congressos e encontros setoriais. Será uma campanha que vai dialogar com os trabalhadores, com os setores sociais abandonados."Heloisa Helena pretende conciliar campanha com suas atividades parlamentares como senadora, uma vez que integra a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas. O limite de gastos registrado é de R$ 5 milhões. A coligação pretende pedir contribuição de R$ 10 para cada um dos 500 mil simpatizantes que assinaram documento pela legalização do Psol.Segundo a assessoria de comunicação do partido, o candidato José Maria Eymael pretende viajar o Brasil inteiro, pois o PSDC concorre com candidatos próprios ao governo nos 26 Estados e no Distrito Federal. O limite de gastos registrado pelo PSDC para a campanha de Eymael é de R$ 20 milhões. Luciano Bivar, do PSL, ainda não tem agenda de atos públicos definida. O teto de gastos, declarado pelo PSL, é de R$ 60 milhões.Luiz Inácio Lula da Silva (PT/ PRB/ PCdoB) iniciará campanha em 13 de julho, em São Bernardo (SP). O presidente do partido e coordenador político da campanha de Lula, Ricardo Berzoini, afirma que as realizações do governo Lula poderão ser exploradas na campanha e que terá destaque o papel da educação fundamental como elemento de desenvolvimento econômico e social do país.O PT pretende, ainda, incluir como ponto central em sua campanha, segundo Berzoini, a importância de votar em candidatos do partido ao Congresso, para foramr uma base sólida de apoio ao governo. "Vamos fazer um trabalho para convencer de que, quanto mais parlamentares que apoiam o governo tivermos no Congresso Nacional, melhor para a governabilidade".Com relação aos gastos de campanha, a coligação registrou um limite de R$ 89 milhões no TSE. De acordo com Berzoini, ainda o orçamento efetivo da campanha presidencial ainda não está concluído, mas deve ser inferior ao limite.O PCO, de Rui Pimenta, pretende fazer atos públicos com a presença dele para lançamento de todos os candidatos do partido aos governos estaduais, mas ainda não tem datas definidas. Quanto aos gastos com campanha, o limite registrado no TSE é de R$ 100 mil.