Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio – Quando hoje (21) o presidente Luis Inácio Lula da Silva acionar as torneiras que marcarão o início da produção da Plataforma P-50, o Brasil estará ingressando em um seleto grupo de países auto-suficientes na produção de petróleo - ou seja: produção óleo na mesma proporção da demanda interna por derivados.
Maior unidade de produção em operação no país, a P-50 adicionará 180 mil barris diários à produção nacional (o barril é a unidade de medida de petróleo líquido, igual a 159,2 litros. A produção da P-50, aproximadamente, será o equivalente ao volume de 15 piscinas olímpicas). Somente a unidade, instalada no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, no Norte do Estado do Rio de Janeiro, responderá por 11% de toda a produção nacional. A produção nacional passará a cerca de 1,92 milhões de barris dia.
Unidade flutuante do tipo FPSO (que produz, processa, armazena e escoa petróleo e gás), a P-50 foi convertida a partir do casco do navio Felipe Camarão em Cingapura pelo estaleiro Jurong. Como a contratação dos serviços ocorreu em 2002, quando ainda não havia exigência de conteúdo nacional mínimo, a participação da indústria nacional na obra ficou em apenas 35%. O investimento, que custou US$ 634 milhões – pouco mais de R$ 1,3 bilhão – gerou no Brasil quatro mil empregos diretos e outros 12 mil indiretos, com a realização das obras dos módulos que ficam sobre o casco e da integração de todos os componentes da plataforma.
Com participação de 10% da empresa espanhola Repsol no projeto, a plataforma, de acordo com a Petrobras, tem 337 metros de comprimento, calado (área submersa) de 21 metros e 55 metros de altura - o equivalente a um prédio de 18 andares. A P-50 integra uma série de projetos que a estatal deverá implementar até o final de 2010 para garantir a longevidade da auto-suficiência obtida.
Os primeiros passos em sua direção foram dados de forma mais concreta com a entrada em operação, nos últimos doze meses, das plataformas P-43 e P-48, no Complexo de Barracuda - Caratinga, também na Bacia de Campos. Com os outros projetos, além de garantir esta auto-suficiência, a Petrobras estará levando o país a produzir em 2010 cerca de 2,3 milhões de barris por dia, para um consumo esperado na data de 2 milhões.
