Exploração no mar abre novos campos para a Petrobras

21/04/2006 - 10h12

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Petrobras se lançaria em um novo e promissor desafio: a exploração da plataforma continental marítima entre os estados do Maranhão e do Espírito Santo. Em 1968, a busca teria seu primeiro resultado: a descoberta de petróleo no mar, no campo de Guaricema, em Sergipe.

A descoberta e o início da atividade exploratória offshore (no mar) abririam novos horizontes para a empresa, que até então só explorava óleo em campos terrestres e conseguia resultados tímidos. No mesmo ano, começariam os trabalhos exploratórios na Bacia de Campos, onde até
hoje se encontram os maiores poços.

Outro bom resultado foi a obtenção da auto-suficiência em alguns derivados de petróleo. Três grandes refinarias entraram em operação nesse período: a de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, a de Gabriel Passos, em Betim (MG) e a de Alberto Pasqualini, em Canoas (RS).

O geólogo Giuseppe Bacoccoli, da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que os anos 60 foram marcados pela assunção de geólogos e engenheiros brasileiros ao comando do setor de exploração e produção, com a saída do norte-americano Walter Link.

"A primeira coisa que eles fazem é tirar todos os esforços da Bacia do Amazonas e Paraná, concentrando nas bacias costeiras. E descobrem, imediatamente depois, em 1962, o campo de Carmópolis, que é o maior campo em Sergipe, e novos campos no Recôncavo, como Miranga e
Araçás. Pouco depois, descobrem óleo no Espírito Santo. Com isso, os brasileiros reafirmam que Walter Link estava errado", conta Bacoccoli.