Usina de Angra 1 é das últimas no mundo a substituir geradores a vapor

20/04/2006 - 19h44

Rio, 20/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - A usina nuclear de Angra 1 é uma das últimas de sua geração – "se não for a última do mundo" – a efetuar a troca dos geradores a vapor. De acordo com o assessor da diretoria de Produção da Eletronuclear, Luiz Roberto Cordilha Porto, "os equipamentos se desgastaram com o tempo, têm manutenção cara e um índice de pluguiamento (risco de vazar a cada parada) muito grande".

Os primeiros indícios de corrosão nos tubos dos geradores foram constatados em 1985, acrescentou. Porto explicou que "não há risco de segurança na operação de troca dos geradores a vapor de Angra 1". Com a usina totalmente desligada, será aberto um buraco na parede lateral do edifício do reator, por onde sairão os geradores de vapor antigos e entrarão os novos equipamentos. Cada gerador pesa 308 toneladas e apresenta 20,6 metros de comprimento por 4,5 metros de diâmetro.

A troca de geradores poderá estender a vida útil da usina por mais 20 anos. Angra 1 começou a ser construída em 1972 e entrou em operação comercial em 1985. A unidade gera anualmente, desde 1996, mais de 3 milhões de megawatts/hora (MWh) de energia, dentro dos padrões internacionais.

Sobre a radiação emitida pelos gerados de vapor armazenados, a Eletronuclear informou que ela não afetará a população que mora próximo ao complexo nuclear de Angra dos Reis. E que o nível será mantido abaixo dos limites estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), autarquia federal vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, responsável pela fiscalização e controle da atividade nuclear no Brasil.

O depósito onde serão guardados os geradores de vapor substituídos será construído numa área denominada Ponta Fina, dentro do sítio da Central Nuclear, a cerca de 800 metros da usina de Angra 1. O depósito estará integrado ao sistema de proteção física e de monitoramento radiológico da Central, o que tornará sua operação mais controlada e segura, na avaliação de técnicos da usina nuclear.