Brasília, 20/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - Um servidor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi demitido por ser sócio de uma empresa ligada às agências do publicitário Marcos Valério, apontado como operador de um suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo.

O servidor, Ricardo Penna Machado, trabalhava como professor-adjunto da UFMG desde outubro de 1977, no Departamento de Esportes da Escola de Educação Física, Fisoterapia e Terapia Ocupacional.

A demissão de Machado foi recomendada pela Controladoria-Geral da União (CGU) depois que seu nome foi citado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Ele foi apontado como sócio-gerente da empresa Multi-Action Entretenimentos Ltda. Machado disse que sua participação na Multi-Action foi exigida pela empresa MG-5 Participações, da qual fazia parte Marcos Valério, em troca de recursos para um projeto de sua autoria,

Em sua defesa, Machado afirmou que desconhecia a proibição de que servidores não podem fazer parte de gerência de qualquer tipo de empresa.

Segundo o ministro interino da CGU, Jorge Hage, a controladoria pediu à UFMG a abertura de uma sindicância para apurar o envolvimento do professor com a empresa de Marcos Valério. Ao final do processo, ficou comprovado que Machado era sócio da Multi-Action. "Ficou comprovado que ele infringiu o Artigo 117 da Lei 8.112/90, que rege a atuação dos servidores públicos, que afirma que é proibido servidor público fazer parte de gerência de empresa", explicou.