Roberto Teixeira diz que não recebeu nenhum benefício pessoal com eleição de Lula

20/04/2006 - 18h38

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O advogado Roberto Teixeira afirmou hoje (20) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Bingos (CPMI) que não recebeu qualquer tipo de benefício de ordem pessoal com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu compadre. Ele disse que continua advogando, como faz "há 36 anos", e não possui sociedade com empresas.

Teixeira contou que, em 1989, cedeu como empréstimo um apartamento para Lula morar. Na ocasião, Lula, que era candidato à Presidência da República, habitava uma casa do BNH (extinto Banco Nacional da Habitação, que financiava casas populares).

O advogado contou que, na época, a exemplo dos familiares do presidente, também aconselhou Lula a se mudar, "pois o imóvel [do BNH] era inseguro para quem se candidata a uma eleição de presidente". O empréstimo, segundo Teixeira, foi feito "em nome da velha relação de amizade e não porque pretendesse obter benefícios futuros", uma vez que não era possível prever se Lula viria ser presidente ou ter qualquer outro mandato.

O senador Tião Viana (PT-AC) disse reconhecer que o Partido dos Trabalhadores (PT) teve "muitos problemas, mas em relação ao advogado Roberto Teixeira não existiu nenhum". Já o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) estranhou o fato de Teixeira ter pedido habbeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) para o depoimento. Segundo ele, essa foi a única mácula do depoente, uma vez que ele "se saiu bem" na CPI. Teixeira respondeu que pediu a medida "por cacoete de advogado".