Queda na taxa de juros ainda não se refletiu no mercado de trabalho, avalia IBGE

20/04/2006 - 15h31

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio – As sucessivas quedas na taxa básica de juros ainda não aumentaram a atividade econômica do país a ponto de provocar reflexos no mercado de trabalho, avalia Cimar Azeredo, que é coordenador da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, o comportamento do mercado de trabalho neste ano é considerado estável e indica uma preparação para o aumento da produtividade nos próximos meses.

"É um momento de expectativa, em que o mercado está em preparação para o aumento da atividade econômica. Então acho que os dados de março apresentam uma evolução sazonal, dentro do que se esperava", afirma. "Agora, em abril e maio é que vamos poder avaliar se o mercado de trabalho de 2006 vai ser voltado para a informalidade, para o rendimento baixo ou com mais trabalhadores com carteira assinada", acrescentou.

De acordo com a pesquisa do IBGE, a taxa de desemprego nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife ficou em 10,4% em março, considerada estável em relação a fevereiro deste ano (10,1%) e a março de 2005 (10,8%). Nos três primeiros meses do ano, a taxa média de desemprego ficou em 9,9%, a menor para o período desde 2002, quando teve início a nova série da pesquisa.

A renda do trabalhador cresceu apenas 0,5% em relação ao mês anterior, o que para Cimar Azeredo reflete a redução da atividade informal, com a dispensa dos trabalhadores temporários contratados no final do ano passado. "Também em março não houve o crescimento esperado do emprego formal. Houve uma estabilidade em relação a fevereiro". Na comparação com março de 2005, a renda do trabalhador cresceu 2,5%.