Oposição critica e pede saída de Thomaz Bastos, governistas se dizem satisfeitos

20/04/2006 - 20h32

Érica Santana*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As respostas que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, deu hoje (20) a parlamentares em audiência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) dividiu a opinião dos deputados. Depois de mais oito horas de diálogo para esclarecer detalhes sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, governistas disseram-se satisfeitos, enquanto a oposição pediu a saída do ministro.

No depoimento, o ministro reiteirou que a quebra do sigilo do caseiro foi um crime grave e sério. A investigação, para Bastos, "era um desafio do governo e foi desvendado". Segundo ele, o que a Polícia Federal fez, "por determinação expressa do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] e minha, foi investigar e desvendar essa cadeia que hoje se aponta criminosa".

O deputado Pauderney Avelino (PFL-AM) é um dos oposicionistas que defende a saída do ministro. Segundo ele, o depoimento de hoje não foi suficiente para convencer que Bastos não está envolvido no episódio.

O líder do PSDB, Jutahy Magalhães (BA) disse que em outro governo o ministro já estaria demitido. "Está comprovada a presença do ministro da Justiça não como representante do Estado brasileiro, mas como alguém que estava em defesa e dentro de uma estratégia de preservar o ministro". Na avaliação dele, Thomaz Bastos está "sob suspeita" e não tem mais como continuar no cargo.

Sigmaringa Seixas (PT-DF), presidente da CCJ da Câmara, onde Bastos depôs, teve opinião contrária. "O ministro deu respostas absolutamente satisfatórias. Acho que os parlamentares saíram convencidos de que o ministro agiu com absoluta correção nesse caso", disse. "Acho que o ministro espantou quaisquer dúvidas a respeito de sua participação no episódio", acrescentou.

Na avaliação do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), o depoimento do ministro foi "simples, fático e mostra que realmente ele não tem nenhum envolvimento com o caso". Ele considerou que os argumentos da oposição são "exercício de retórica", o que é natural em um ano de eleição.

Colaboraram Luciana Vasconcelos e Marcela Rebelo