Movimentos sociais promoverão mais de 500 atividades durante o Fórum Social Brasileiro

20/04/2006 - 7h32

Spensy Pimentel
Enviado especial

Recife - As mais de 500 atividades de grupos da sociedade civil do Brasil e do exterior previstas para ocorrer durante o 2º Fórum Social Brasileiro, que começa hoje em Recife (PE), devem estar orientadas em quatro "áreas de diálogo", previamente definidas pela organização do encontro.

Segundo texto da página oficial do fórum na internet - www.fsb.org.br - a área número um, Os sujeitos políticos e suas relações, tratará das relações entre os movimentos sociais e com partidos políticos e governos. A área dois é dedicada aos Projetos de desenvolvimento alternativo ao neoliberalismo. Os temas abordados envolvem propostas de novos sistemas econômicos, mudanças na relação com o capital transnacional, de reestruturação produtiva e de reforma urbana e agrária. Estarão em pauta, ainda, debates sobre a soberania nacional, como quebra de patentes, o tratamento dos bens comuns da humanidade e o desenvolvimento sustentável, explica a organização na página eletrônica.

A área três será Resistência antiimperialista e alternativas de integração solidária, abordando questões geopolíticas e econômicas. "Esta será a área para discutir o papel e a atuação dos organismos multilaterais, projetos de integração regional, problemas de toda a América Latina e mundiais como a guerra e militarização, a dívida externa e interna, as propostas de comércio justo e de controle de capitais", explica a organização.

A área quatro - Democratizar o Estado: por uma nova institucionalidade - deverá, de acordo com o texto divulgado no site, abordar temas como reforma política e combate à corrupção; democracia participativa e direta; políticas de ação afirmativa; políticas de segurança pública e relações entre público e privado. "Também serão abordados temas de caráter mais geral, como fundamentalismo e direitos humanos num mundo em transição: da economia de mercado para a sociedade de mercado."

A convocatória do 2º Fórum Social Brasileiro refere-se ao evento como "Fórum de Abril" e situa a discussão que a sociedade civil brasileira e internacional deverá fazer durante as mais de 500 atividades que compõem o fórum em estreita relação com a experiência política que o país vive atualmente. "A experiência brasileira, em toda sua potencialidade, é singular na discussão de caminhos a seguir para a construção de um país igualitário e justo, democrático e sustentável", diz o documento. "Nossa jornada de lutas envolve momentos de esperança e de crise. Diversas interpretações estão em curso, assim como diferentes tomadas de posição sobre o que fazer."

Segundo a convocatória, os movimentos sociais de todo o mundo estão atentos ao que se passa no Brasil. "Esses movimentos e organizações estão acompanhando atentamente o que ocorre em nosso país, pelos impactos e dinâmicas que podem gerar em outros lugares. Participando do Fórum de Abril, eles lhe darão um caráter internacional, embora centrado na experiência brasileira", explica o texto.