Indicação de advogado a Palocci foi mais que um direito, foi um dever, diz Thomaz Bastos

20/04/2006 - 14h24

Luciana Vasconcelos e Marcela Rebelo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que considerou um "dever" indicar o advogado Arnaldo Malheiros ao então ministro da Fazenda Antonio Palocci. "Porque mais que meu direito, é meu dever. Naquele momento podia haver suspeitas, e havia, mas não considero que seja função do ministro da Justiça disseminar rumores", afirmou em depoimento hoje (20) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Segundo o ministro, no dia 21 de março, uma terça-feira, Palocci pediu a ele a indicação de um advogado e, no dia 23, apresentou Malheiros ao ex-ministro em reunião onde também estava presente o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso. Ele rebateu, ainda, as acusações de que ainda atua como advogado para o governo. "Dizer que sou o grande advogado oculto do governo é uma grande mentira", afirmou.

O ministro disse também que, quando assumiu o ministério, procurou criar uma "muralha chinesa" entre seu passado e presente e separar a vida privada da pública. Ele contou aos deputados que vendeu seu escritório e entregou seus bens para serem administrados por uma instituição bancária para, segundo ele, evitar conflito de interesses. "Queimei as pontes que me ligavam à iniciativa privada", declarou.