Entidades do setor de saúde querem reunião com Dilma para acabar com greve dos fiscais da Anvisa

20/04/2006 - 20h37

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Sete entidades ligadas ao setor de saúde pediram uma reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e o diretor da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo.

De acordo com o secretário executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed), Cláudio Marques, o encontro teria como finalidade analisar propostas para colocar fim à greve dos fiscais da agência, iniciada em todo o país no dia 21 de fevereiro. As entidades esperam que a reunião seja marcada até o fim da próxima semana.

Ele afirma que a situação é "muito grave" porque cerca de R$ 700 milhões de reais em medicamentos e equipamentos estão presos em portos e aeroportos esperando para serem liberados. A situação, acrescentou Marques, atinge principalmente os pacientes atendidos pelo governo federal.

"Mas seguramente todas as áreas da medicina, em menor ou maior grau são afetadas. Há também industrias que estão paradas por falta de medicamentos. Hospitais já vieram a público, inclusive hospitais do governo, afirmando que a falta de determinados medicamentos e equipamentos estão adiando atendimentos", disse.

Outro ponto mencionado pelo secretário é que a Anvisa não está cumprindo a determinação legal de ter o mínimo de 30% dos servidores trabalhando em esquema de plantão para manter funcionado os serviços essenciais.

"Quando chega um pedido de liberação de carga ou pedido de licenças de importação de medicamento ou equipamento em um aeroporto ou porto, há um ou dois funcionários para fazer o atendimento. Esses pedidos vão para uma fila e o funcionário diz para aguardar. Mas, em 60 dias de greve, quase nenhum pedido foi atendido".

A Anvisa informou, por meio da assessoria de imprensa, que fez um acordo com os fiscais no início da greve para que fossem liberados todos os medicamentos considerados essenciais à saúde. A agência também disse estar cumprindo a determinação legal de manter ao menos 30% dos funcionários trabalhando.

Os fiscais pedem a equiparação salarial com os funcionários contratados recentemente pela agência por meio de concurso público, além da inserção no plano de carreira. Segundo os grevistas, a diferença entre os salários dos funcionários antigos em relação a dos novos é de 40%.